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Polícia de SP faz operação contra tráfico de drogas em novo ponto de concentração de usuários da Cracolândia; veja imagens

A Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação contra o tráfico de drogas na região da Rua Doutor Frederico Steidel, no Centro da capital, no final da

Polícia de SP faz operação contra tráfico de drogas em novo ponto de concentração de usuários da Cracolândia; veja imagens
Polícia de SP faz operação contra tráfico de drogas em novo ponto de concentração de usuários da Cracolândia; veja imagens

Redação Publicado em 20/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 08h18


Usuários de drogas que se concentravam na Rua Doutor Frederico Steidel, entre as avenidas São João e Duque de Caxias, ficaram sentados durante ação.

A Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação contra o tráfico de drogas na região da Rua Doutor Frederico Steidel, no Centro da capital, no final da tarde desta quinta-feira (19).

O alvo da operação foi o trecho da rua entre as avenidas São João e Duque de Caxias, que abriga um grupo de usuários desde a ação policial na Cracolândia da Praça Princesa Isabel, no início de maio. Antes disso, grupos que saíram da praça também já se concentraram na Rua Helvétia, também no Centro.

Rua no Centro de SP após nova operação policial contra o tráfico de drogas na região da nova Cracolândia, nesta quinta (19) — Foto: Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Rua no Centro de SP após nova operação policial contra o tráfico de drogas na região da nova Cracolândia, nesta quinta (19) — Foto: Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Usuários de drogas reunidos pelos policiais em uma calçada na região central de São Paulo nesta quinta-feira (19).  — Foto: Reprodução/GloboNews

Usuários de drogas reunidos pelos policiais em uma calçada na região central de São Paulo nesta quinta-feira (19). — Foto: Reprodução/GloboNews

Segundo a polícia, a operação cumpre 32 mandados de prisão contra traficantes que vendem drogas, principalmente crack, para os usuários da região. A Polícia Civil afirma ainda que, após a ação, a Prefeitura de SP vai promover “uma grande ação social e de saúde pública no SIAT (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica) Emergencial que está instalado em terreno anexo ao 77º Distrito Policial (Santa Cecília)”.

A chegada dos policiais na tarde desta quinta provocou correria entre os usuários, que se dispersaram por outras ruas do Centro. Imagens gravadas por moradores do entorno mostram que os policiais reuniram um grande grupo de usuários em uma calçada. Os vídeos também registraram agentes correndo com cassetetes e escudos nas mãos por vias bloqueadas para o tráfego de veículos.

Policiais correm durante operação contra o tráfico de drogas na nova Cracolândia, na região central de São Paulo, nesta quinta-feira (19) — Foto: Reprodução

Policiais correm durante operação contra o tráfico de drogas na nova Cracolândia, na região central de São Paulo, nesta quinta-feira (19) — Foto: Reprodução

A ação impactou o trânsito na região, e 16 linhas de ônibus que passam na Avenida São João foram desviadas desde as 17h, informou a SPTrans.

A concentração de dependentes químicos na Rua Doutor Frederico Steidel foi alvo de protestos de moradores e comerciantes da região nesta quarta (18). Na noite desta quinta (19), os moradores voltaram a se manifestar paralelamente à operação policial que ocorria na região.

Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana de SP fizeram nesta quinta-feira (19) uma nova operação no Centro da capital para combater o tráfico de drogas na região da nova Cracolândia  — Foto: Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana de SP fizeram nesta quinta-feira (19) uma nova operação no Centro da capital para combater o tráfico de drogas na região da nova Cracolândia — Foto: Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Protesto de moradores

Moradores de bairros como Santa Cecília e Campos Elíseos, no Centro de São Paulo, fizeram um protesto nas noites desta quinta e da quarta (18) no Minhocão contra as constantes mudanças do chamado “fluxo’’ de dependentes químicos da Cracolândia pelas ruas do bairro.

Desde quando foram retirados da Praça Princesa Isabel pela polícia os usuários de droga já ocuparam diferentes endereços, principalmente a Praça Marechal Deodoro, a Rua Helvétia, entre a rua Barão de Campinas e a Avenida São João, e, agora, na esquina da Avenida São João com a Rua Frederico Steidel.

Essa constante mudança da Cracolândia tem tirado a paz dos moradores da região, que reclamam da falta de segurança e da sujeira causada pelo fluxo na porta de suas casas.

A migração do fluxo também tem impactado o funcionamento do comércio e das empresas que ficam nesses endereços. A estoquista Nicole Fernandes é uma das afetadas pelo problema.

“Eles chegaram e na segunda foi isso, já na terça não conseguimos entrar [na empresa]. Ficou uma coisa com medo, se eles fossem fazer alguma coisa, entrar nas lojas”, disse ela.

Sujeira, cheiro ruim e solução definitiva

Além da insegurança, quem mora no Centro também tem que conviver com o lixo deixado pelos dependentes químicos quando eles mudam de lugar. Mesmo que a prefeitura faça a limpeza do lixo, retirando bastante entulho desses locais, o mau cheiro no local permanece.

“Esse cheiro fica insuportável. Mesmo quando a gente joga água, fica um cheiro insuportável. Precisava ser feita uma bela lavagem, com produto, né? Porque é muita sujeira. Eles fazem as necessidades deles na calçada… fica complicado”, disse o assistente de serviços gerais, Fernando dos Santos, morador da Rua Helvetia.

Anatiana Alves Rosa mora em um prédio nesta rua e explica como a presença do fluxo na porta de casa mudou a rotina de todo mundo.

“A gente fechou uma via do elevado pra chamar atenção do poder publico e sociedade civil do que vivemos aqui que é um caos. A vida das pessoas mudou completamente a rotina, os comerciantes não podem trabalhar, fecharam seus comércios, estão tomando prejuízo”, declarou.

Ela não quer simplesmente empurrar o problema para outra vizinhança. O que Anatiana e outros moradores pedem é a solução definitiva do problema.

“O que a gente não quer pra gente a gente não quer pros outros. Não adianta sair da nossa rua e ir pra outra rua que as pessoas vão passar o que a gente tá passando. Porque a gente sabe o quanto é ruim. E também essas pessoas precisam de tratamento, não precisam de mais violência, força policial porque é uma questão de saúde publica”, declarou.

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G1

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