Foto: Reprodução/Reuters
Redação Publicado em 15/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 16h04
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Com a crescente militarização em cargos importantes no governo, estamos seguindo para nos tornar uma nova Venezuela?
Daiani Mistieri
Diante da crescente militarização em Brasília, no Palácio do Planalto e em órgãos com funções extremamente importantes, antes ocupadas por civis e com as mais recentes nomeações de 13 militares que aconteceram no Ministério da Saúde desde a posse do atual ex-ministro Nelson Teich, é inevitável não fazer a pergunta: para que tantos militares? Será que somente eles têm habilidades e são honestos? Apenas militares sabem fazer as coisas?
Ou devemos pensar que militares por sua formação estão acostumados a seguir a rígida hierarquia? Mesmo que a ordem não seja racional ou faça sentido? Ou até mesmo por que têm absoluta fidelidade ao seu chefe mesmo que isso signifique tomar ações que não deveriam ser feitas para o bem da população? Ministérios como o da Infraestrutura tem mais de 25% dos seus quadros executivos preenchidos por militares.
Neste momento isso tudo se torna muito preocupante porque somado aos arroubos autoritários do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo: `quem manda aqui sou eu, eu nomeio ministros e eu os tiro, não sou um presidente banana, substituo Ministros se não estiverem alinhados comigo, quero alguém na PF mais alinhado comigo`, temos as frequentes e crescentes demonstrações de desapreço e desrespeito a instituições, como praticamente invadir o Supremo Tribunal Federal junto de empresários ou atacando o Congresso Nacional, por meios dos seus sicários (filhos, milicianos, gabinete do ódio e mídias sociais) e desrespeitando o Congresso em nome de uma ´Nova Política´ que é cada vez mais fisiológica como a ´Velha Política’. O ataque as Instituições é constante.
A última demonstração de autoritarismo do presidente foi o a recente saída a pedido do ministro da saúde, Nelson Teich que não se subordinou a uma ordem de obrigar a prescrição de Cloroquina para o tratamento do COVID-19, como exigiu Bolsonaro ao defender o uso desse medicamento. Por que tanto interesse nisso? O Presidente foi eleito para prescrever medicamentos, ou para liderar o país? É mais importante ele se dedicar a mudar protocolos de uso de drogas ou liderar o país em um momento de crise?
Temos clareza que com esses cenários de total desrespeito e ataques às instituições e à democracia, estamos em caminho de enorme semelhança com a Venezuela de Hugo Chaves? Que ao nomear militares para assumir a administração, abriu o caminho para a corrupção, autoritarismo, milícias e narcotráfico?
E isso acontece neste momento de maneira silenciosa no Brasil. O Palácio do Planalto e importantes áreas da administração Federal estão hoje dominadas por militares da reserva. Para que? A que isso serve? Por que isso é importante? Por que Bolsonaro coloca militares em cargos que ele julga importantes?
Apenas para seguir ordens do Comandante? Ou seguir o chefe em uma hierarquia cega?
Isto é democracia ou será que o destino do Brasil é se transformar numa Venezuela? Queremos isso? É para isso que elegemos um Presidente?
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