Nesta quinta-feira (22) é comemorado o Dia do rio Tietê, uma das maiores riquezas naturais do Estado de São Paulo. A data neste ano é bastante comemorada por moradores das cidades cortadas pelo rio. A paisagem de hoje é bem diferente do que há pouco mais de um ano, quando o nível da água estava bem baixo por causa da estiagem. Agora dá para pescar, a hidrovia voltou a funcionar e moradores têm suas casas abastecidas com a água do rio.
E se no trecho da capital ele é castigado com a poluição, no interior, próximo a Araçatuba, ele vive cada vez mais forte e a cada trecho diferente do rio, tem um morador para contar uma história diferente. O rio já é companheiro do pescador Antônio da Silva Pimenta há mais de 40 anos. Ele vive da pesca e tem um carinho enorme pelo Tietê. “Desde criança é meu companheiro de pescaria, sempre dependi dele, para mim é uma beleza esse rio”, afirma.
Especialistas diziam que ia demorar pelo menos uns cinco anos para o rio se recuperar. Mas a natureza surpreendeu e o Tietê voltou ao nível normal em menos de dois anos. O transporte pela hidrovia foi retomado em janeiro de 2016. “É um rio que gera empregos, capacita as pessoas e muda o sistema de transporte e o custo de operação, para nossa região o Tietê é a veia que traz desenvolvimento”, diz Luiz Otávio Manfré, secretário da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê.
Só neste ano foram transportadas mais de dois milhões de toneladas de cargas pela hidrovia Tietê-Paraná. A previsão do Departamento Hidroviário do Estado para o ano que vem é que sejam escoadas pelo menos sete milhões de toneladas, entre milho, soja e cana-de-açúcar. A maior parte produzida no centro-oeste do país.
Uma das principais eclusas da região noroeste paulista é a da usina de Nova Avanhandava, que fica em Buritama (SP), e chegou a ficar fechada por dois anos. Em maio de 2014 a navegação chegou a ser suspensa por causa da seca. Na região de Barra Bonita (SP), por exemplo, ele é fonte de renda por causa do turismo na cidade.
Além de movimentar a economia, a água, que é limpa, também faz a diferença na cidade. Mais de 55 mil pessoas em Araçatuba recebem em casa água do rio Tietê, são 700 mil litros que saem por hora do rio direto para as torneiras.
A captação é feita numa central, às margens do rio em Araçatuba, única cidade da região que é abastecida pelo rio. A tubulação percorre 15 quilômetros até a estação de tratamento para depois, chegar nas casas.
“Uso a água do rio Tietê para tudo, e o rio é muito importante para as nossas vidas”, diz a aposentada Ilda Ferreira de Carvalho.