A Polícia Civil de Novo Horizonte (SP) vai investigar a morte de um rapaz, de 26 anos, por causa do uso de anabolizantes. O fígado do rapaz parou de funcionar por causa do uso do anabolizante, ele precisou passar por um transplante do órgão e, mesmo assim, não resistiu e morreu no sábado (18).
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As conversas de compra dos produtos estão registradas no celular da vítima e já estão com a polícia de Novo Horizonte. A vítima, Alexandre Neves, encomendava os anabolizantes e esteroides por meio de um aplicativo. Pelas conversas é possível ver que ele usava vários produtos.
A mãe contou que o filho era muito vaidoso e que o sonho dele era ser musculoso. Alexandre começou a fazer musculação e em pouco tempo o corpo do rapaz se transformou. Mas o fígado dele não suportou a carga dessas substâncias e, mesmo depois de um transplante, acabou morrendo aos 26 anos. “Esse negócio de anabolizante ele nunca me falou. Eu falava para ele que ele estava ficando enorme e ele falava que malhava muito, e realmente ele ia para a academia de manhã e a tarde”, afirma a mãe, Maria José da Silva.
Os anabolizantes são substâncias derivadas principalmente da testosterona, que é o hormônio responsável por muitas características que tornam homens e mulheres diferentes, eles atuam no crescimento celular e em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular. “Esse anabolizante destrói o fígado e traz a hepatite aguda e o paciente vai precisar de um transplante”, afirma
Renato Silva, chefe de transplantes do Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP).
No Brasil a venda de anabolizantes e esteroides para fins estéticos é proibida. Quem for pego comercializando esses produtos pode ser preso por tráfico de drogas e, se condenado, pode pegar de 5 a 15 anos de cadeia. Apesar da proibição, não é difícil comprar esses produtos. Na maioria das vezes, eles são vendidos no mercado negro e chegam ao Brasil vindos do Paraguai.
Conversas
Um produtor da TV TEM conversou pelo aplicativo do celular com o mesmo fornecedor de Alexandre. Ao perguntar se a entrega poderia ser feita em São José do Rio Preto. O vendedor diz que vende e entrega pra todo Brasil.
Em seguida ele envia uma lista com mais de 200 anabolizantes de várias marcas com os preços. O valor varia de R$ 140 a R$ 400. São muitas as opções, a maioria dos produtos é importada. O fornecedor pede então para o produtor para preencher o formulário depois que fizer o depósito. Os anabolizantes são enviados pelos Correios.
A TV TEM tentou contato por telefone, mas o traficante diz que só atende por meio do aplicativo de celular. A polícia admite que esse tipo crime é difícil de ser combatido. “A dificuldade está na relação muito pessoal entre traficante e o consumidor, normalmente só ocorre entre pessoas que se conhecem e isso dificulta o trabalho da polícia”, afirma o delegado Fernando Tedde.