A Cinemateca Brasileira passa a ter a gestão de uma organização social durante os primeiros três meses de 2021. O nome da entidade será anunciado nas próximas
Redação Publicado em 02/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h31
A Cinemateca Brasileira passa a ter a gestão de uma organização social durante os primeiros três meses de 2021. O nome da entidade será anunciado nas próximas semanas, informou o secretário nacional do Audiovisual, Bruno Graça Melo Côrtes, à Agência Brasil.
Sob nova gestão, serão recontratados os cerca de 40 funcionários especializados em preservação, documentação, pesquisa e tecnologia da informação, que trabalhavam para a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), última entidade a administrar a Cinemateca.
Em agosto, a União retomou as chaves do espaço e promoveu contratos para garantir a manutenção dos serviços de limpeza, climatização do acervo, segurança e controle de pragas. Foi quitada, em parcela única, a dívida de energia elétrica, importante para a preservação dos rolos de filmes mais antigos. Essa parte do acervo contém nitrato de celulose, passível de combustão espontânea se não é conservado em câmara com temperatura e umidade específicas.
“Houve, ao longo dos últimos anos, alguns imbróglios, dificuldades com as gestões passadas que resultaram na necessidade de a União, literalmente, retomar as chaves, retomar as rédeas e botar [a Cinemateca] para funcionar novamente”, declarou.
Segundo Côrtes, o chamamento público para a contratação da nova entidade a gerir a Cinemateca em definitivo deve sair no início do próximo ano.
A Cinemateca, mais importante acervo da América do Sul, tem cerca de 245 mil rolos de filmes referentes a 30 mil títulos. Obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros produzidos desde 1910 compõem o acervo.
“É incrível, é um verdadeiro polo cinematográfico, em termos de espaço físico e da quantidade de acervo aqui dentro. O que a gente precisa fazer é dar nova vida a isso tudo”, disse Côrtes. “Não falta motivação, vontade de fazer isso acontecer. Eu, como secretário do Audiovisual, chego na pasta animadíssimo, porque tenho um desafio que vai ser um dos mais interessantes, profissionalmente falando”, acrescentou.
Como parte do projeto de reestruturação da Cinemateca, está a criação de um centro de excelência na formação de profissionais ligados ao audiovisual no local. O objetivo é também aproveitar o potencial para transformar a Cinemateca num destino atraente para o turismo. A Cinemateca ganhará ainda um conselho de administração com membros de diferentes setores do governo e uma coordenação exclusiva, vinculada à secretaria.
A programação aberta ao público, suspensa desde o início da pandemia, deve ser retomada a partir do início da nova gestão. Cineastas, pesquisadores e outros profissionais interessados em utilizar o acervo ou a cessão de imagens também voltarão a ser atendidos.
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Agência Brasil
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