Mateus Omena Publicado em 05/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 18h42
O primeiro caso de varíolados macacos no Brasil foi confirmado em junho na cidade de São Paulo.
O paciente tinha voltado de uma viagem à Espanha, segundo país com o maior número de casos. Assim que apresentou sintomas suspeitos da doença, foi colocado em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital.
Além deste caso, foram notados desde o mês passado alguns sinais suspeitos de varíola dos macacos em uma mulher também residente em São Paulo, e outras pessoas em estados como Mato Grosso do Sul, Ceará, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, informou o Ministério da Saúde. Até o momento, o país já contabiliza pelo menos 76 casos.
No dia 2 de julho, sábado, a pasta confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos no Distrito Federal (DF).
Em um levantamento recente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ter confirmado 3.413 casos de varíola dos macacos. Até o momento foram relatas 72 mortes de oito países em decorrência da doença. Os dados correspondem ao monitoramento feito pela entidade entre 1º de janeiro e 22 de junho de 2022.
De acordo com o estudo, a maioria dos diagnósticos confirmados foram notificados na Europa (86%). Outras regiões que relatam casos incluem: África (2%), Américas (11%), Mediterrâneo Oriental (1%) e Pacífico Ocidental (1%).
A OMS acrescentou também que a varíola dos macacos traz um “risco moderado” para a saúde pública mundial depois que casos foram identificados em países onde a doença não é endêmica.
“O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, alertou a organização.
Por outro lado, a OMS afirma que não há recomendação de uso de vacina da varíola para casos de varíola dos macacos.
A varíola dos macacos é uma doença zoonótica viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África central e ocidental e ocasionalmente é exportada para outras regiões.
Apesar do nome, a doença viral não tem origem nos macacos, apenas foi identificada pela primeira vez nesses animais. A transmissão pode ocorrer através do contato com animal ou humano infectado.
Segundo a OMS, nos últimos anos, a taxa de mortalidade pela doença tem sido de cerca de 3% a 6%.
Um relatório do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informa que, geralmente, os primeiros sinais de varíola dos macacos se manifestam com febre e erupção cutânea que começa no rosto e, aos poucos, se espalha pelo corpo. As lesões atravessam cinco estágios antes de cair.
O período de incubação varia de seis a 13 dias. E os sintomas podem durar de duas a quatro semanas.
Nessas circunstâncias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça a importância do uso de máscaras entre os pacientes.
Além disso, as pessoas próximas do infectado devem manter distanciamento e outros cuidados de higienização das mãos e de objetos.
Especialistas recomendam que os pacientes com suspeita de varíola dos macacos fiquem isolados, em um local com boas condições de ventilação natural. Essa regra vale para todos os cômodos de um imóvel, como quarto, cozinha e banheiros, que devem permanecer arejados e de portas e janelas abertas.
Para o caso do paciente dividir o imóvel com outras pessoas, ele deve usar sempre uma máscara cirúrgica para proteger a boca e o nariz. Dessa maneira, evitando a transmissão da doença.
São necessários também outros típicos cuidados com a higiene, como lavar as mãos com água e sabonete em diversas ocasiões durante o dia, especialmente após tossir e espirrar, e antes das refeições.
As toalhas e papéis que o infectado usou não podem ser compartilhadas com outras pessoas. A mesma norma vale para alimentos, roupas e objetos.
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