A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) prevê fechar o ano com um déficit de R$ 229,5 milhões. De acordo com uma projeção feita pela instituição, o valor é 255% maior do que o saldo negativo da unidade em 2015, que foi de R$ 64,5 milhões. O aumento acontece por conta da diminuição do repasse dos governos estadual e federal e faz a universidade estudar “medidas de contingenciamento”, como corte de gastos, além do uso de uma “reserva estratégica”.
No ano passado, a receita da Unicamp foi de R$ 2,1 bilhões, com uma despesa de R$ 2,2 bilhões. Já em 2016, a previsão da Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan) é de que a instituição tenha a mesma arrecadação que em 2015, mas gaste R$ 2,3 bilhões.
(Correção: O G1 errou ao informar que os valores referentes à receita e à despesa da Unicamp são em milhões. Os valores estão, na verdade, na casa dos bilhões. A Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan) da universidade usa a escala de milhões para as suas contas, e divulgou a receita de R$ 2.152,574 milhões, que traduz-se R$ 2,1 bilhões, e a despesa de R$ 2.382,087 milhões, que traduz-se R$ 2,3 bilhões. A informação foi corrigida às 10h10)
Segundo a universidade, o valor repassado do Tesouro Estadual (ICMS) teve uma redução nos últimos três anos, o que prejudicou as finanças da instituição. A Unicamp não entrou em detalhes sobre quais medidas de contingenciamento serão feitas, mas, em 2015, foi executado um “plano anticrise”, que incluiu corte parcial de horas-extras a todos os servidores até dezembro.
![Campus da Unicamp, em Campinas (Foto: Reprodução/ EPTV)](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/a/e/aa1a433912b018d53be4512ab1de31914025d7b6.jpg)
Unicamp estuda medidas de contingenciamento (Foto: Reprodução/ EPTV) Reserva estratégica
Reserva estratégica
A queda na arrecadação e o aumento no déficit da instituição em comparação com o ano passado obrigaram a Unicamp a “apelar” para uma reserva estratégica, que consiste no uso de recursos guardados para emergências. De acordo com a unidade, sem a utilização da “poupança” não seria possível diminuir os impactos negativos causados pela crise nos últimos três anos.
Receita x despesa
A Unicamp informou que a despesa prevista para 2016, de R$ 2,3 bilhões, corresponde à despesas como: folha de pagamento, contratos de prestação de serviços, manutenção de atividades e programas de assistência e permanência estudantil. No entanto, algumas delas podem ficar prejudicadas por conta do déficit de R$ 239,5 milhões no orçamento. A instituição, porém, reiterou que o uso da reserva estratégica ainda não prejudicou as contas da unidade.