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Prazo para repatriar valores lícitos do exterior termina em 31 de outubro

Os brasileiros que têm recursos no exterior não declarados ao Banco Central e à Receita vão poder regularizar a situação até o fim deste mês, se esses

Prazo para repatriar valores lícitos do exterior termina em 31 de outubro
Prazo para repatriar valores lícitos do exterior termina em 31 de outubro

Redação Publicado em 22/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 19h17


Câmara discute segurança jurídica para quem quer regularizar situação.
Desde março, quando lei entrou em vigor, R$ 61 bi já voltaram para o Brasil.

Os brasileiros que têm recursos no exterior não declarados ao Banco Central e à Receita vão poder regularizar a situação até o fim deste mês, se esses recursos tiverem sido obtidos de maneira legal. Na Câmara dos Deputados, ainda existe um debate sobre como convencer mais pessoas a aderir a esse movimento.

Desde que a lei entrou em vigor, em março, R$ 61 bilhões já voltaram para o Brasil. Foram repatriados. Dinheiro de origem licita, legal, enviado ao exterior sem declarar à Receita Federal. Só de impostos e multas, são quase R$ 19 bilhões para os cofres públicos. E o prazo para a regularização está terminando: dia 31 de outubro.

No início de 2016, o governo da então presidente Dilma Rousseff falava em arrecadar até R$ 150 bilhões. Agora, se fala em R$ 80 bilhões. Estes recursos ajudariam a fazer o ajuste fiscal e reduzir o déficit público.

Na Câmara, deputados dizem que a arrecadação menor se deve à redação da lei atual. Ela foi aprovada no Congresso, mas modificada com os vetos do antigo governo. E teria criado uma insegurança jurídica.

Quem tem dinheiro de origem lícita no exterior não estaria seguro de que, ao trazê-lo de volta para o Brasil, não vai ter problemas com a Justiça. Uma das dúvidas, por exemplo, é se um contribuinte vai realmente ser anistiado dos crimes de evasão e lavagem de dinheiro, mesmo que a origem do dinheiro seja lícita.

Um projeto para mudar a lei de repatriação está pronto para ser votado pelos deputados. O relator diz que ele dá essa garantia jurídica.

“Temos de privilegiar ou garantir a segurança jurídica ao texto que possa sanar todas essas dúvidas e divergências da lei vigente”, disse o deputado Alexandre Baldy (PTN-GO).

O presidente da Câmara concorda. Diz que a lei tem que deixar clara a anistia para os recursos de origem lícita. E que, apesar do prazo apertado, se houver um grande acordo, o projeto que acaba com essa insegurança ainda pode ser votado.

“Se for uma pauta do governo para resolver a questão da insegurança jurídica, para resolver também a dificuldade que os agentes financeiros tão tendo para conseguir trazer os recursos, muitos bancos já fecharam para a repatriação desde já. Então, se todo mundo pedir isso, for uma coisa coletiva, para mim não tem problema”, afirmou Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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