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Nissan Frontier Attack: primeiras impressões

A Nissan Frontier vive tempos sombrios no Brasil, mesmo depois da chegada da nova geração, no ano passado. É a última colocada no segmento de picapes médias,

Nissan Frontier Attack: primeiras impressões
Nissan Frontier Attack: primeiras impressões

Redação Publicado em 25/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h56


A Nissan Frontier vive tempos sombrios no Brasil, mesmo depois da chegada da nova geração, no ano passado. É a última colocada no segmento de picapes médias, com 4.614 unidades emplacadas no ano, contra 27.343 da líder Toyota Hilux (veja mais números abaixo), segundo a federação dos concessionários, a Fenabrave. Agora, que passa a ser feita na Argentina, ela quer mudar esse cenário.

Para isso, ganha novas versões (veja abaixo), aumentando sua faixa de preços – até então, era oferecida em apenas duas configurações. Uma delas é a intermediária Attack, avaliada pelo G1.

Gama ampliada

Entre as novidades, a picape ganha duas configurações e a substitui outra.

A versão de entrada passa a ser a S, voltada ao trabalho e que só dispõe de câmbio manual. Acima dela está de volta a Attack, que tem opções 4×2 e 4×4. Depois, vem a XE (antes chamada SE, que era a versão de entrada até então). E, por fim, foi mantida a topo de linha LE.

Até o fechamento desta reportagem, a Nissan ainda não havia definido os valores oficiais da linha 2019, mas adiantou a faixa de preços de cada uma. Para a S, a marca deverá cobrar entre R$ 135 mil e R$ 140 mil.

A Attack custará cerca de R$ 145 mil com tração 4×2 e R$ 155 mil com 4×4. A XE partirá de aproximados R$ 173 mil, enquanto a topo de linha, SE, não deverá sair por menos de R$ 193 mil.

Nissan Frontier Attack 2019 — Foto: Marcelo Brandt/G1

Nissan Frontier Attack 2019 — Foto: Marcelo Brandt/G1

No mercado

Última colocada do segmento, a Frontier teve 4.614 unidades emplacadas de janeiro a setembro deste ano, segundo a Fenabrave. Logo em seguida, a conterrânea Mitsubishi L200 faz companhia abaixo das 10 mil unidades, com 8.157 no mesmo período. A Hilux mantém sua liderança com 27.343, seguida da S10 (23.211), da Ranger (14.746) e da Amarok (13.813).

Porém, justiça seja feita: lançada no ano passado, a Frontier era vendida até então em apenas 2 configurações, sempre a diesel. Contra elas, com variações de motores diesel e flex, são 7 da Toyota, 9 da Chevrolet, 9 da Ford e 6 da Volkswagen. A Mitsubishi também tem 2. Os números consideram apenas as versões com cabine dupla.

Ao ataque

Versão mais marcante da picape nipo-argentina, a Attack é a principal atração da linha 2019 e não é difícil diferenciá-la das demais: faixas laterais e central no capô, adesivos laterais, rodas pintadas de cinza, faróis com máscara negra e diversos detalhes em preto dão o tom mais agressivo ao modelo.

Nissan Frontier Attack 2019 — Foto: Marcelo Brandt/G1

Nissan Frontier Attack 2019 — Foto: Marcelo Brandt/G1

No tom de vermelho da unidade cedida para testes, os adereços ficam ainda mais evidentes e beiram o exagero. Outros diferenciais que ajudam a reforçar a imagem lameira são a barra instalada abaixo do para-choque dianteiro, o rack de teto, o santantônio e os pneus “all-terrain” (todo terreno).

Já as rodas, aro 16, parecem antiquadas – e são: elas foram resgatadas da Frontier Attack de 2012.

Por dentro, o acabamento é o padrão da nova geração e está na média da concorrência. O desenho sóbrio é típico de um modelo japonês. Não há materiais emborrachados e/ou de toque macio. Cromados só nas maçanetas, na alavanca de câmbio e nas saídas de ar centrais.

Nissan Frontier Attack 2019 — Foto: Marcelo Brandt/G1

Nissan Frontier Attack 2019 — Foto: Marcelo Brandt/G1

O suporte para garrafas e latas posicionado logo abaixo das saídas de ar laterais ajudam (e muito!) nos dias quentes. Mas o formato redondo e genérico das saídas empobrece o visual.

O volante é revestido em couro, tem boa empunhadura, mas evidencia a falta de alguns comandos (assunto para daqui a pouco), enquanto os bancos de tecido são confortáveis, mas nada indicados para quem pretende enfrentar terra e lama.

Com 4x4 reduzida, Frontier enfrenta trechos difíceis com tranquilidade — Foto: Marcelo Brandt/G1

Com 4×4 reduzida, Frontier enfrenta trechos difíceis com tranquilidade — Foto: Marcelo Brandt/G1

Deslizes

Tudo bem que a Frontier Attack deverá ser uma das mais baratas do segmento em sua faixa de preço. Porém, alguns equipamentos fazem falta tanto em relação às rivais, quanto aos cerca de R$ 155 mil que deverão ser cobrados por ela.

São de série, tem ar-condicionado, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay e câmera de ré, computador de bordo com tela TFT, faróis de neblina, assistente de partida em rampas, controle automático de descida, retrovisores e vidros elétricos e volante com comandos de áudio.

Interior da Nissan Frontier tem desenho sóbrio; bancos são de tecido e volante tem lado direito praticamente sem comandos — Foto: Marcelo Brandt/G1

Interior da Nissan Frontier tem desenho sóbrio; bancos são de tecido e volante tem lado direito praticamente sem comandos — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ficam de lado itens como ar-condicionado digital, luzes de condução diurna (DRL), faróis automáticos, piloto automático e protetor de caçamba, todos presentes na Hilux SR, a versão equivalente da rival, de R$ 160.490.

Na Ford Ranger XLS, de R$ 153.490, direção elétrica, sensores de estacionamento e piloto automático também são de série e não estão na Frontier – bem como os 7 airbags, contra somente os 2 obrigatórios na Nissan.

A Chevrolet S10 LT, de R$ 163.590, também tem piloto automático e direção elétrica, além de capota marítima e sensores de estacionamento traseiros.

Veja as principais rivais da Nissan Frontier Attack — Foto: Divulgação

Veja as principais rivais da Nissan Frontier Attack — Foto: Divulgação

Só a picape da Nissan, porém, é equipada com um sistema de limpeza automática do filtro de partículas, que sofre com o acúmulo de fragmentos provenientes do diesel – problema comum em modelos abastecidos com o óleo.

Na prática, quando houver a necessidade, uma luz espia se acende no painel e basta pressionar um botão localizado próximo ao volante.

Botão central fica responsável pela regeneração do filtro de partículas, ou DPF — Foto: Marcelo Brandt/G1

Botão central fica responsável pela regeneração do filtro de partículas, ou DPF — Foto: Marcelo Brandt/G1

Dirigibilidade é o ponto alto

“Dirigibilidade” não é uma palavra fácil de se dizer ou escrever, mas é a que melhor define o foco dado à Frontier.

O destaque vai para a suspensão traseira mais sofisticada, do tipo multilink, que minimiza a rolagem natural da carroceria e transmite maior segurança em curvas fechadas e velocidades mais altas. Porém, ela não consegue excluir totalmente o pula-pula da picape em terrenos acidentados.

Versão Attack tem visual agressivo com faixas no capô e faróis com máscara negra — Foto: Marcelo Brandt/G1

Versão Attack tem visual agressivo com faixas no capô e faróis com máscara negra — Foto: Marcelo Brandt/G1

Em conjunto, a direção hidráulica tem acerto firme e com peso necessário para um modelo de mais de 2 toneladas, mas poderia ser elétrica para ajudar nas manobras.

A transmissão automática de 7 marchas tem bom escalonamento e prioriza a economia de combustível com trocas rápidas, mantendo baixa a rotação do motor. De acordo com a marca, o consumo urbano alcança a média de 9,2 km/l, contra 10,5 km/l no rodoviário, nada muito diferente das rivais.

Por falar nele, o motor 2.3 biturbo diesel entrega 190 cavalos de potência e 45,9 kgfm de torque, com acionamento por corrente e bomba de óleo com acionamento elétrico. Os números garantem boas acelerações e segurança em ultrapassagens.

Uma das faltas da Frontier Attack está na ausência do protetor de caçamba e da capota marítima; lataria fica riscada e exposta — Foto: Marcelo Brandt/G1

Uma das faltas da Frontier Attack está na ausência do protetor de caçamba e da capota marítima; lataria fica riscada e exposta — Foto: Marcelo Brandt/G1

Já a tração 4×4 pode ser a salvação para muitas situações – como a das imagens que você vê nesta matéria.

Durante a sessão de fotos, em uma das passagens para marcar a subida na trilha, a picape acabou com o pneu afundado em um trecho de lama. Sair dali não exigiu nenhum esforço do sistema de tração.

Vale a pena?

Uma das opções mais baratas no segmento, a Frontier deve, sim, na lista de equipamentos. Mas o conjunto mecânico bem acertado e a dirigibilidade exemplar da picape podem compensar a falta de mimos.

Direção hidráulica tem bom ajuste, mas poderia ser elétrica para ajudar nas manobras — Foto: Marcelo Brandt/G1

Direção hidráulica tem bom ajuste, mas poderia ser elétrica para ajudar nas manobras — Foto: Marcelo Brandt/G1

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