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Cinco dos sete reservatórios que abastecem a Grande SP operam com menos da metade da capacidade

Cinco dos sete mananciais responsáveis pelo abastecimento de água de toda a Região Metropolitana de São Paulo estão com menos da metade da capacidade

Cinco dos sete reservatórios que abastecem a Grande SP operam com menos da metade da capacidade
Cinco dos sete reservatórios que abastecem a Grande SP operam com menos da metade da capacidade

Redação Publicado em 12/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h29


Sistema Cantareira completou nesta segunda-feira (11) 74 dias seguidos sem registrar alta em seu volume de água armazenado.

Cinco dos sete mananciais responsáveis pelo abastecimento de água de toda a Região Metropolitana de São Paulo estão com menos da metade da capacidade armazenada nesta segunda-feira (11), segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

De acordo com números atualizados pela estatal de saneamento às 9h, estão nessa situação os seguintes conjuntos de represas:

  • Cantareira – 28,7% da capacidade
  • Alto Tietê – 38,8%
  • Guarapiranga – 45,6%
  • Cotia – 47,8%
  • Rio Claro – 36,3%
Vista aérea da Represa Jaguari, segunda maior do Sistema Cantareira, que opera com nível de água abaixo do normal. — Foto:  LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

Vista aérea da Represa Jaguari, segunda maior do Sistema Cantareira, que opera com nível de água abaixo do normal. — Foto: LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

Três desses mananciais – Cantareira, Alto Tietê e Rio Claro – operam atualmente com menos de 40% da capacidade, o que é motivo de preocupação de especialistas em recursos hídricos.

O Cantareira, responsável pelo abastecimento de mais de 7 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, é o que se encontra em situação mais crítica. Nesta segunda-feira, esse conjunto de represas registrou o 74º dia seguido sem alta em seu volume armazenado. O último aumento contabilizado por esse manancial se deu no dia 29 de julho deste ano.

Na avaliação do biólogo e vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), João Paulo Capobianco, dadas a atual situação dos mananciais e a perspectiva de chuvas para os próximos meses, há o risco de a Região Metropolitana sofrer em breve com o desabastecimento, um quadro parecido, segundo ele, com a crise de 2015 e 2016.

“Os dados meteorológicos, os estudos apresentados, mostram que a crise de redução nas chuvas vai permanecer. Claro, temos alguma chuva já, mas não na intensidade necessária para repor essa perda. Esse é uma questão fundamental de se entender. Não basta chover, tem de chover mais do que média para que os mananciais tenham uma carga maior capaz de fazer frente a essa enorme redução. Portanto, os próximos meses são meses muito graves e com risco de desabastecimento”, explica Capobianco.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) nega. “A Sabesp informa que não há risco de desabastecimento neste momento na Região Metropolitana de São Paulo, mas reforça a necessidade do uso consciente da água. A projeção aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada”, diz nota enviada pela estatal.

“O sistema que abastece a RMSP, composto por 7 mananciais (Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço), é integrado e flexível, o que permite transferências de água entre regiões, conforme a necessidade. Visando à segurança hídrica e à preservação dos mananciais em momentos como o atual de estiagem severa, um conjunto de medidas vem sendo adotado: integração do sistema (com transferências de água rotineiras entre regiões), ampliação da infraestrutura, ampliação da gestão da pressão noturna para maior redução de perdas na rede e campanhas para o consumo consciente”, complementou a Sabesp.

A Sabesp disse ainda que “vem realizando nos últimos anos ações que dão mais segurança hídrica”. “Destaque para a Interligação Jaguari-Atibainha (que traz água da bacia do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira) e o novo Sistema São Lourenço, ambos entregues em 2018. A capacidade de transferência de água tratada entre os diversos sistemas de abastecimento foi quadruplicada em relação ao período anterior à crise hídrica de 2014/15, passando de 3 mil litros/segundo em 2013 para 12 mil l/s em 2021. Ao mesmo tempo, a capacidade de reservação de água tratada saltou de 1,7 bilhão de litros em 2013 para 2,2 bilhões de litros em 2021.”

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G1
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