Por Debora Richard Lima
Redação Publicado em 31/01/2017, às 00h00 - Atualizado às 15h48
Por Debora Richard Lima
Enquanto pessoas que não se dedicam ao esporte são beneficiadas pelo auxilio atleta com valores que vão de mil e quinhentos a dois mil reais, ou mesmo recebem dobrado no mês, os atletas rio-pretenses precisam trabalhar para poder manter o amor pelo esporte e participar de competições.
Na lista de beneficiários do auxilio atleta temos parentes de servidores públicos, amigos e parentes de políticos, policiais, fotógrafos, jornalistas e técnicos de esporte. Podemos encontrar na lista inclusive pessoas idosas que não moram em Rio Preto e que recebem o auxilio porque “malham”, e um cadeirante medalhista olímpico do Rio de Janeiro, jogadores de times de outras cidades, guarda municipal, dono de ótica, etc.
Irio Francisco Nunes é um atleta paraolímpico do basquete e conquistou varias medalhas em Olimpíadas, ele é de Recife, recebe o auxílio atleta do Governo, e também faz parte da lista.
Também temos jovens de famílias influentes de nossa cidade que constam na lista e não praticam esportes regularmente ou sequer competem.
Ao saber de pessoas que são beneficiarias e não praticam esportes, a ciclista Ana Carolina Veiga Avanço, medalhista, que recebe 250 reais por mês do auxilio diz, “Fica muito difícil para nós que amamos o esporte, não temos incentivos, acabamos desanimando.”
Carol dedicava-se aos treinos de bike diariamente e tinha alguns alunos, porém para poder participar de competições precisou buscar novo trabalho. Ela explica que a manutenção da bike vai de 50 reais mensais a 180 quando ha competições, existem competições que custam de 50 a 3000 reais, seria impossível continuar participando competições somente com o auxilio atleta, “Hoje treino apenas uma hora por dia, trabalho das 8 às 18 horas e depois tenho casa para arrumar e outras coisas. Sou grata ao trabalho por me permitir continuar mantendo minha paixão, mas os atletas desanimam por falta de incentivo” diz Carol.
Ana Carolina já conquistou muitas medalhas para a cidade de Rio Preto, ganhando inclusive em uma competição de nível internacional o 3º lugar.
Na lista dos beneficiados pelo auxilio atleta encontramos muitos amigos de deputados, vereadores e ex-vereadores da cidade e pessoas filiadas a partidos políticos.
O Vereador Francisco Junior em sua campanha eleitoral recebeu doações de um beneficiário e de um parente de beneficiário. Em duas ocasiões, André Cassemiro, que não tem modalidade de esporte escrito na lista e trabalha no Projeto Novo Mundo, fez doações de 450 reais para a campanha do candidato e vereador eleito Junior.
Existe a suspeita de que o auxilio atleta foi usado para compra de votos e verba de campanha.
Em varias ocasiões desde 2013 o vereador Marco Rillo protocolou documentos pedindo explicações sobre o auxilio atleta. Em uma dessas ocasiões, em seus questionamentos sobre pessoas com nível superior, trata-se de uma funcionaria publica professora PEB 1 que e concursada da Prefeitura.
Carol e uma prova viva de que os verdadeiros esportistas não são valorizados, ela diz que seu noivo não esta participando de competições por falta de incentivo. Ela diz que um auxilio de dois mil reais, que alguns beneficiários amigos de políticos recebem, a ajudaria a se dedicar mais aos treinos para competições de nível internacional. Atualmente ela trabalha para pagar suas contas e os gastos com o esporte, diz que às vezes precisa recorrer a seu pai, seu grande patrocinador, para ajuda-la a participar de competições. Carol espera que as autoridades e o governo se conscientizem de como os atletas que realmente estão envolvidos com o esporte e competições, precisam de mais suporte e se sente indignada com a atual situação do auxilio.
Em fevereiro de 2016 eram 499 beneficiários e em julho, quando as campanhas eleitorais foram liberadas, a lista contava com mais de 600 nomes. Em 2016 foram gastos 8 milhões com o auxilio atleta.
O Bom dia teve acesso aos nomes de pessoas com nível superior que recebiam o auxilio atleta em 2013, em alguns casos ha uma observação de que se trata de técnicos ou dança e por isso não precisaram apresentar a documentação exigida.
O BOM DIA, nas próximas edições vai apresentar novidades sobre a lista de 2015 e 2016,se compromete em manter o leitor informado.
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