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Saúde Mental

TDAH e Autismo: entenda as principais diferenças entre os dois transtornos

Muitos transtornos têm sinais similares e por vezes é difícil determinar qual condição afeta os pequenos

Muitos transtornos têm sinais similares e por vezes é difícil determinar qual condição afeta os pequenos - Imagem: Reprodução/Freepik
Muitos transtornos têm sinais similares e por vezes é difícil determinar qual condição afeta os pequenos - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 28/11/2023, às 11h08


Entre os pais de crianças e adolescentes que possuem sinais de neurodivergência, existe uma angústia constante: muitos transtornos têm sinais similares e por vezes é difícil determinar qual condição afeta os pequenos.

Segundo o Metrópoles, a confusão é comum principalmente entre o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o transtorno do espectro autista (TEA). Embora eles possam ocorrer ao mesmo tempo, são duas condições diferentes.

Para ajudar na identificação dos sinais, as psicólogas Ariádny Abbud e Nathalia Heringer, especialistas em saúde mental infantil e adolescente, fundadoras do Instituto de Neuropsicologia e Psicologia Infantil (INPI) e criadoras do podcast Infância com Ciência, explicaram quais são as principais diferenças entre os transtornos.

Conhecido popularmente como hiperatividade, o TDAH está associado diretamente ao descontrole.

Na primeira infância, ele se manifesta por dificuldades comportamentais e na regulação emocional, além de impulsividade motora. O transtorno engloba três categorias de sintomas: desatenção, impulsividade e hiperatividade", esclareceu Ariádny.

Já a pessoa com autismo apresenta uma dificuldade de comunicação e interação social, em geral é associada a comportamentos repetitivos e padrões restritivos de interesse.

No TEA, nos dois primeiros anos de vida, há muito interesse da criança em seus cuidadores principais, especialmente na mãe, o que não acontece em outros transtornos. Por isso, após este período, geralmente é ela que percebe os primeiros sintomas, pois a interação é impactada pelas dificuldades de relacionamento social", explicou Nathalia.

Os sintomas do TDHA na infância são:

  • Não conseguir ficar parado e sentado;
  • Estar em movimento constante, subindo e correndo em qualquer lugar ou contexto;
  • Necessita estar sempre em alguma atividade;
  • Falar excessivamente;
  • Dificuldade em esperar a vez ou revezar;
  • Ter o hábito de interromper as pessoas;
  • Ter dificuldade de permanecer em atividades calmas.

Já o TEA, possui diferentes níveis e seus sintomas variam de acordo com a necessidade de ajuda que o paciente precisa. Muitas pessoas com autismo grau 1 (leve), por exemplo, geralmente só são diagnosticadas na idade adulta.

No entanto, alguns sintomas são mais visíveis nos dois primeiros anos de vida, antes que as crianças aprendam a "esconder" a condição, são eles:

  • Raro contato visual;
  • Falta de resposta quando é chamado;
  • A quase ausência de sorrisos ou outras expressões faciais antes dos 9 meses;
  • Perda moderada a grave de tônus muscular;
  • Ausência de balbucios antes de 12 meses;
  • Menor quantidade de gestos comunicativos, como apontar, mostrar ou acenar com intenção comunicativa antes dos 12 meses;
  • Não falar palavras antes dos 16 meses, ou não ter intenção de se comunicar;
  • Baixa interação social;
  • Regulação emocional atípica;
  • Comportamentos repetitivos envolvendo movimentos corporais ou uso atípico de objetos.

Além de confortar e orientar os pais e responsáveis, o diagnóstico precoce é de extrema importância para o cuidado adequado aos pequenos.

Sempre ressalto que cada caso é único e, por meio do tratamento, vamos ajudar essas crianças a enfrentar suas dificuldades e respeitar suas limitações", explicou Nathalia.

Ariádny ainda lembrou que os pais precisam ser os co-terapeutas de seus filhos.

Aprender como regular as emoções, a manejar o comportamento interferente e adotar estratégias para ajudar os pequenos é essencial", contou a psicóloga.

Para conseguir essas ferramentas, primeiro é preciso procurar um profissional especializado e que possa orientar o tratamento.

Os pais não devem presumir que aquele comportamento é ‘normal’ ou que ‘com o tempo passa’. Sempre que houver uma dúvida a respeito do desenvolvimento ou conduta, é o momento de se buscar ajuda", aconselhou Nathalia.
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