Dengue gera prejuízo bilionário ao Brasil em 2024

A dengue tem causado um impacto econômico significativo no Brasil em 2024, com prejuízos estimados em US$5 bilhões, o que equivale a cerca de R$28 bilhões. Esse valor abrange tanto os gastos públicos e privados de saúde, como consultas e internações, quanto os impactos econômicos mais amplos, incluindo faltas ao trabalho e perda de produtividade. Essas informações foram publicadas em um artigo de cientistas brasileiros na renomada revista Science.

Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 6,37 milhões de casos prováveis de dengue neste ano, o maior número da história do país. Em 2023, que detinha o recorde anterior, houve 1,65 milhão de notificações. Em 2024, a doença resultou em 4.714 mortes confirmadas, com outros 2.351 óbitos ainda sob investigação para determinar a relação com a dengue.

Os pesquisadores utilizaram dados de casos de dengue e internações fornecidos pelo Ministério da Saúde e cruzaram essas informações com dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) para estimar os prejuízos econômicos. Claudio Lira, professor de fisiologia e epidemiologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e um dos autores do estudo, destacou o impacto econômico da doença, exemplificando com a ausência de funcionários doentes e os custos associados à substituição e treinamento de novos profissionais.

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Os gastos com saúde foram um dos principais fatores que contribuíram para o montante total dos prejuízos. Dados do DataSUS indicam que, de janeiro a maio deste ano, houve 109.167 internações por dengue, com a Região Sudeste registrando o maior número de casos (54,6 mil).

Lira acredita que a disponibilidade da vacina contra a dengue na rede pública pode ter um impacto significativo na redução de casos em 2025 e 2026. O Ministério da Saúde adquiriu 6,5 milhões de doses da vacina, priorizando áreas com alta transmissibilidade da doença. A expectativa é que a vacinação de 3,2 milhões de pessoas ajude a prevenir novos surtos e, consequentemente, reduzir os custos econômicos associados à dengue no futuro.