O paciente descobriu pelos sintomas que tinha uma doença rara que só afeta homens
Vitória Tedeschi Publicado em 16/10/2022, às 16h23
Um homem, de 27 anos, com o nome preservado, foi base de um estudo nos Estados Unidos por pesquisadores da Universidade de Oakland por ser alérgico ao próprio sêmen. Trata-se de uma crise da Síndrome da Doença Pós-Orgásmica (POIS). O artigo foi publicado na revista Urology Case Reports.
O paciente, que descobriu que não é a única pessoa que sofre da síndrome rara, disse ao estudo que vem enfrentando os sintomas nos últimos 10 anos e muitas vezes evita relacionamentos sexuais.
"A síndrome da doença pós-orgástica (POIS) está sendo cada vez mais reconhecida como uma causa debilitante de disfunção sexual em homens", escreveram os autores do artigo. "Muitas vezes é mal diagnosticada, resultando em vários testes e tratamentos potencialmente desnecessários", acrescentaram.
O problema começou por volta dos 18 anos, e de acordo com o paciente, ele apresentava sintomas como crises de tosse, coriza, espirros e inchaço das glândulas linfáticas sempre que tinha orgasmos e passou todos esses anos achando que tinha recorrentes crises alérgicas.
De acordo com as análises publicadas no artigo, a "teoria mais aceita" que explica como o quadro ocorre é que aqueles que sofrem da síndrome são realmente alérgicos ao próprio sêmen.
"Esta teoria é apoiada tanto pelas manifestações clínicas da POIS quanto pelo fato de que 88% dos homens suspeitos de ter POIS tiveram testes cutâneos positivos para sêmen autólogo diluído", relataram os autores do estudo.
Houve menos de 60 casos de POIS já registrados, e os médicos só sabem de sua existência há cerca de 20 anos. De acordo com o relato na revista médica, os sintomas começam imediatamente após a ejaculação e podem durar até uma semana.
Eles incluem fadiga extrema ou exaustão, fraqueza muscular, febre e sudorese, irritabilidade, dificuldades de memória, problemas de concentração, nariz entupido e coceira nos olhos.
O paciente central do estudo ainda revelou que os sintomas não diferiram se ele atingisse o clímax via sexo ou masturbação. Ele relatou também uma diminuição de 90% nos sintomas depois que os cientistas que o acompanhavam lhe prescreveram uma dose diária de 180mg de fexofenadina, um anti-alérgico.
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