Ela sofreu um ataque por ser judia, evocando os tempos sombrios do Holocausto. Devemos combater antissemitismo e racismo com vigor, através de meios legais e educativos
por Rav Sany Sonnenreich
Publicado em 05/02/2024, às 08h39
O Brasil sempre foi uma terra de harmonia, de encontro de imigrantes e migrantes, que faz do nosso país um lugar fraterno para se viver. Porém, recentemente, um sentimento abjeto e nefasto, o antissemitismo (racismo contra judeus), vem se manifestando fortemente, insuflado por quem deveria apaziguar em vez de colocar gasolina no fogo.
Como precedente perigoso, o antissemitismo chegou a seu ápice, à sua raiva doentia, fruto da ignorância e preconceito arraigado, ao qual devemos, peremptoriamente, dar um basta!
Há alguns dias, fomos confrontados com um lamentável episódio de antissemitismo, onde uma comerciante judia na Bahia, Herta Breslauer, dona da loja Mística, em Arraial D´Ajuda, foi alvo de insultos, agressões físicas e quebra-quebra em seu estabelecimento comercial pelo simples fato, pasme, de ela ser judia! Este ato repugnante, que lembra a época sombria do Holocausto nazista, não apenas ataca uma pessoa individualmente, mas também viola os princípios fundamentais da dignidade humana e da sociedade plural que buscamos construir.
O episódio levanta uma preocupação ainda maior quando observamos comentários disseminando preconceitos contra os judeus. Ainda mais vindos de quem teria a obrigação moral de apaziguar em vez de insuflar. Em meio a essas manifestações, é crucial rejeitar veementemente tais atitudes e promover um diálogo construtivo que combata o antissemitismo e quaisquer outras formas de discriminação.
É imperioso entendermos que a diversidade é uma riqueza cultural brasileira. É essencial reconhecer que a cultura judaica contribuiu significativamente para a humanidade em diversos campos, desde avanços científicos até inovações tecnológicas. E, em nosso país, desde os primórdios e todas as áreas.
A ignorância manifesta-se na generalização injusta sobre o povo judeu e a perpetuação de estereótipos negativos. Devemos superar essas barreiras por meio da educação e do diálogo, desmistificando visões distorcidas e promovendo o entendimento mútuo. E quando não é possível, punição exemplar dentro do mais rigoroso cumprimento da lei!
É imperativo reconhecer que o antissemitismo é uma forma de intolerância que não deve ser aceita em uma sociedade que preza pela diversidade e respeito mútuo. A disseminação de informações falsas é prejudicial e contribui para a polarização.
Ao condenar veementemente esse ato antissemita, instamos a comunidade, em particular, e a sociedade, em geral, a se unir em solidariedade à vítima de tais ataques e que a lei seja rigorosamente cumprida.
Além de crime inafiançável, com dever de prisão à meliante, a agressora tem de ressarcir os prejuízos materiais além de danos morais. A construção de uma sociedade justa e empática requer o combate a todas as formas de discriminação, incluindo o antissemitismo tanto por meio educacionais como legais.
Além disso, é fundamental lembrar que condenar atos de ódio não deve ser seletivo. Todas as manifestações de intolerância, independentemente da origem, devem ser repudiadas com a mesma firmeza. E não estamos vendo essa condenação por parte de muitos órgãos do governo federal e da imprensa maior. Esse silêncio também é antissemitismo! Urge que promovamos um diálogo construtivo que busque a compreensão mútua, contribuindo assim para a construção de uma sociedade.
Nossa riqueza cultural está na diversidade de pensamentos, religiões e etnias. Ao enfrentar o antissemitismo, em particular, e o racismo, em geral, além de outras formas de discriminação, estamos fortalecendo os alicerces de uma sociedade mais justa, plural e respeitosa.
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