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Rodrigo Constantino: Ministro supremo na CPI

Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino: Ministro supremo na CPI
Rodrigo Constantino: Ministro supremo na CPI

Redação Publicado em 27/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h32


Ministro supremo na CPI

Rodrigo Constantino

A CPI circense começa a apontar na direção certa, por pressão popular e dos senadores independentes. O que de fato interessa ao povo é o “covidão”, as suspeitas e indícios de desvios dos recursos bilionários que a União destinou aos estados e municípios para o combate à pandemia. Até porque o Supremo Tribunal Federal tomou decisão arbitrária que esvaziou funções do governo federal e “empoderou” os governadores e prefeitos.

O “G7” que controla a CPI, porém, faz de tudo para blindar a convocação desses governadores. Os conflitos de interesse são claros: o relator, Renan Calheiros, tem filho governador num dos estados com suspeitas. No mais, a CPI foi criada originalmente só para dar palanque eleitoral aos opositores do governo, para que insistissem na narrativa de que Bolsonaro é o grande culpado pelas mortes no país. Tiveram novamente ajuda suprema para impor a abertura da CPI, e não gostaram quando, após esforço do senador Girão, o escopo se tornou mais abrangente.

O clima chegou a ficar tenso, e o presidente, senador Omar Aziz, cuja família é alvo de investigações por corrupção justamente na área da saúde, partiu para o ataque ao senador Girão: “Vossa Excelência é um oportunista. Um oportunista pequeno”. Isso pois Girão cobrava a convocação de prefeitos também, o que certamente é do interesse da população e de quem busca efetivamente a verdade sobre falhas, omissões e desvios na pandemia.

Já o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, protocolou, na manhã desta quarta-feira, requerimento para convocar o presidente Jair Bolsonaro para depor na comissão. “A cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI”, justificou o parlamentar. Discurso vazio e desprovido de base, do companheiro do ditador Maduro.

Sua colega da esquerda radical, a deputada Sâmia Bomfim, do PSOL, acabou entregando a farsa numa postagem em que ela aplaude a decisão de protocolar pedido para o presidente comparecer como testemunha, alegando que o “genocida” precisa ser “investigado”. Ora, investigar uma testemunha, se já há o prejulgamento e até a condenação? Isso sem falar que a extrema esquerda segue fazendo paralelos absurdos com nazismo, o que é abjeto.

Mas para uma coisa esse show do Randolfe serviu: se há precedentes de que é permitido convocar até o Presidente da República, então é viável sim convocar ministros do STF, como o senador Girão deseja. Eles precisam explicar a “ciência” por trás de medidas tão drásticas e arbitrárias, transferindo poder excessivo a governadores e prefeitos, alguns dos quais se viram como “déspotas esclarecidos”.  Queremos explicações!

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