OAB de Minas nomeia "Dr Beethoven" para fiscalizar maus tratos a animais; conheça o "advocão"

Ele não é bacharel em Direito e nem fez a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), obrigatória para ingressar na advocacia. A partir de agora, todos, inclusive o presidente da OAB/MG devem tratá-lo com a devida formalidade de Dr. Beethoven.

Ele assumiu há uma semana o cargo de fiscal da Coordenadoria de Defesa Animal. O cargo é estadual, segundo informações da revista Conjur.

Beethoven Fernandes Moreira, de apenas 3 anos de vida, é o cãozinho da raça shi-tzu, que foi nomeado pela seccional de Minas Gerais da OAB para o cargo de diretor de uma coordenadoria da entidade.

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Muitos podem achar que se trata de uma piada, mas a nomeação foi oficializada por meio da Portaria 22/2023, assinada pela presidente da Comissão de Direito Animal (CDA) da OAB-MG, Fernanda Moraes de São José.

Ele não concede entrevistas e mantém em sigilo seus planos de trabalho no novo cargo, que ocupará até 2024, podendo ser reconduzido.

Beethoven é o filho "bichológico" da advogada Idamara Fernandes Oliveira. Ele perdeu o olho direito no ano passado após passar por um pet shop de sua cidade, Ipatinga. A loja foi acusada de negligência com o animal.

No ato de nomeação do novo diretor, Fernanda São José ressaltou que se trata de um acontecimento inédito no país. É simbólico e tem peso no contexto da política de combate aos maus tratos a animais.

Isso é histórico, isso nunca aconteceu em nenhuma comissão de nenhuma OAB no Brasil. É a primeira nomeação de um animal não humano (sic), e isso é graças ao nosso presidente (Sérgio Rodrigues Leonardo, presidente da OAB-MG), que nos apoia e apoia essa reconstrução de paradigmas", disse a advogada e mãe do Dr. Beethoven.

Conforme esclareceu Inara Oliveira, a nomeação de Beethoven foi um ato simbólico e ela será a responsável pelos aspectos práticos do cargo ocupado por seu filho.

"A comissão, nesse ato simbólico, quis chamar a atenção para o combate aos maus-tratos aos animais e para que as pessoas vejam a evolução do Direito Animal. Para que vejam o animal não como coisa, mas como sujeito de direitos", disse Inara.