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Brasil e o Fundo Amazônico

Brasil terá ajuda internacional para combater crise climática através do cuidado com a Floresta Amazônica

John Kerry, enviado dos EUA, assumiu um compromisso em reunião com Marina Silva nesta terça-feira (28)

John Kerry, se reuniu com a Marina Silva para discutir condições climáticas, incluindo assumir um compromisso de cuidado com a Floresta Amazônica. - Imagem: reprodução I Ministério do Meio Ambiente
John Kerry, se reuniu com a Marina Silva para discutir condições climáticas, incluindo assumir um compromisso de cuidado com a Floresta Amazônica. - Imagem: reprodução I Ministério do Meio Ambiente

Juliane Moreti Publicado em 01/03/2023, às 18h40


Em Brasília, na tarde desta terça-feira (23), o Enviado Especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, se reuniu com a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças no Clima, Marina Silva, participante do governo Lula. A intenção foi assumir um compromisso com o Fundo Amazônialocalizado no Brasil, para combater as questões climáticas em parceria com os EUA. 

A vinda de John Kerry aconteceu para fortalecer a relação e agenda dos dois países, depois de um encontro realizado em Washington, no dia 10 de fevereiro, entre o presidente Luiz Inácio da Silva com o Joe Biden, dos EUA, que também teve o foco na proteção da Floresta Amazônica

John Kerry reafirmou o propósito de formar uma ''parceria bilateral'' com o Congresso dos EUA para o apoio à Amazônia e outra áreas que envolvem a ciência, obtendo também, a partir desta iniciativa, apoio da comunidade internacional.

''Nós temos o compromisso de trabalhar com o Fundo Amazônia, de trabalhar com outras entidades, de trabalhar bilateralmente nas áreas de ciência, pesquisa, desenvolvimento, novos produtos e possibilidades'', comentou John. 

Marina Silva ressaltou sobre a parceria, alegando que possui importância financeira e significado político. ''É o reconhecimento de um instrumento de aporte de recursos feito genuinamente pelo Brasil, de pagamento por emissão de CO² já realizado, que é inédito no mundo, e que os Estados Unidos estão reconhecendo como sendo capaz de efetividade, transparência e possibilidade de implementação rápida'', disse.

John destacou que viu um ''forte alinhamento de pensamento'' por parte dos presidentes dos dois países em relação ao papel crucial da Floresta Amazônica no combate à mudança climática no planeta. Por isso, quer trabalhar ''não de forma bilateral, mas globalmente'', comentou. 

''A realidade é que essa floresta é essencial para a estabilidade do mundo e para que possamos atingir os objetivos que foram estabelecidos há anos (...) A Floresta Amazônica é lendária. Todos no mundo sabem e conhecem a Amazônia. A não ser que a Floresta Amazônica seja protegida daqueles que a desmatam, nós não conseguiremos manter a meta de aquecimento global'', cita John. 

Existe um compromisso mundial, chamado ''Acordo de Paris'', adotado em 2015, em que o principal assunto são as mudanças climáticas. Em relação ao aquecimento global, por exemplo, esforços estão nos planos que procura manter a temperatura média mundial em um certo limite, entretanto, números acima podem resultar em impactos climáticos prejudiciais ao planeta. 

Durante uma coletiva de imprensa, concedida por John Kerry e Marina Silva, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo, leu um documento com os principais pontos discutidos para colaborar com a crise climática. 

Entre eles, John Kerry e Marina Silva reafirmaram a parceria para combater a crise, promover o desenvolvimento sustentável e formentar uma transição energética justa e inclusiva, concordando em contar com o setor público, privado, filantrópico e multilateral para mobilizar maior apoio.

Prioridades

  • Prevenção e combate ao desmatamento;
  • Mudança do uso da terra e degradação ambiental;
  • Bioeconimia;
  • Fortalecimento das ações de adaptação;
  • Troca de informações: dados, conhecimentos sobre riscos e oportunidades associadas à mudanças climáticas;
  • Oceanos e zona costeiras;
  • Promoção das práticas de agricultura baixo carbono e dos mercados de carbono de alta integridade;
  • Transição energética.

Ambos lados possuem a intenção de uma cooperação com a proposta de mobilizar o financiamento em larga escala para apoiar uma ação climática que pode ser limitada, através da discussão de diversos mecanismos também financeiros. 

Além dessa reunião coletiva, John Kerry também cumpriu as agendas oficiais no Brasil, encontrando-se com outros representantes do governo brasileiro, como a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a ministra substituta das Relações Exteriores, Maria Laura, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante e o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin.

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Coletiva realizada para discutir sobre as questões climáticas. Imagem: reprodução I Ministério do Meio Ambiente 
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