Por Luiz Storino
Redação Publicado em 30/08/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h16
Por Luiz Storino
Daniel Nhani chama às eleições, no modelo atual de fraude, onde só quem tem dinheiro pode ser eleito. Joga toda a responsabilidade de decisão nos conselhos populares que pretende formar, além de prometer o fim da Guarda Municipal e de pressionar governador e presidente da república, com mobilização popular na hora de pedir recursos.
O Jornal Bom Dia e o Canal 26, a TV Viva dando prosseguimento a série de entrevistas com os candidatos a prefeito de São José do Rio Preto, traz nesta segunda-feira, dia 29 o representante do PCO – Partido da Causa Operária, professor Daniel Carvalho Nhani. O candidato a prefeito tem 36 anos, casado, pais de três filhos, professor da rede pública e tem como vice na chapa Rodrigo Mantai.
Nesta entrevista, Daniel Nhani deixa evidente que uma eventual chegada a prefeitura representará a vitória da classe operária, que tomará todas as decisões quanto a administração da cidade, através dos conselhos. Este tipo de governo praticamente excluiria a Câmara de Rio Preto da administração. Também prometeu acabar com a Guarda Municipal e extinção de várias secretarias e o enxugamento da “máquina pública”.
BD: Professor Daniel por que o senhor quer ser prefeito de Rio Preto
Daniel: O PCO é um partido que não faz candidaturas a partir de pessoas, não é o Daniel, mas um programa de governo que é seguido por todos. Nosso principal objetivo é levar o trabalhador, as massas participem do governo, pois todo poder emana do povo…
BD: Mas temos uma Câmara com 17 vereadores, eleitos pelo povo. Não basta esta representatividade para representar à população?
Daniel: A prioridade é dar poder aos conselhos comunitários que serão formados nos bairros e nas entidades. Esta representatividade, na nossa opinião, é que realmente vai colocar em prática os anseios da comunidade. Este modelo que existe hoje não representa as classes trabalhadoras, hoje o modelo em prática defende os interesses das classes dominantes que detém o poder econômico. Prefeito e vereadores devem acatar a decisão dos conselhos comunitários.
BD: Como seriam formados estes Conselhos?
Daniel: Estes Conselhos serão formados nos bairros, vão se reunir e decidir onde os recursos serão aplicados. Até mesmo no modelo que será aplicado em alguns setores, como por exemplo, a educação. Defendemos total estatização do ensino, somos contra a municipalização. Sabemos que o próximo passo será a privatização.
BD: O estado teria que manter todo o sistema?
Daniel: Onde a educação é de excelência, o estado é quem comanda. De graça e de boa qualidade.
BD: E a escola de período integral?
Daniel: Este projeto em São Paulo é uma forma de dividir a categoria, pois existem salários diferenciados. Onde os professores do ensino integral ganham até 95% a mais que a maioria que recebe o piso. Queremos uma reformulação total, concordamos que à criança com mais tempo na escola, com ensino forte , esporte terá uma formação melhor, mas precisamos reformular a forma de pagamento dos professores que continua sendo a base da educação. Ensino público sempre.
BD: O senhor como educador, que opinião tem com relação à metodologia que é aplicada nas salas de aula de Rio Preto?
Daniel: Defendemos um ensino estatizado e igual para todos. O ensino serve para proporcionar a emancipação do cidadão. Acho que devem ser respeitadas as características regionais.
BD: E a saúde, também deve ser totalmente estatizada? O SUS já não representa esta estatização?
Daniel: Estatização total. Os planos de saúde já não cumprem o mesmo papel de tempos atrás, cobram caro , atendem mal e as pessoas não conseguem pagar e acabam vindo para o SUS. Então defendemos que a saúde seja proporcionada pelos municípios, estado e União. Acreditamos que a saúde preventiva, com programas de visitação domiciliar sejam o melhor remédio, como o modelo existente em Cuba.
BD: Só acredita que a participação popular com os conselhos podem resolver os problemas no atendimento de saúde?
Daniel: Todos sabem onde estão os problemas, políticos e povo sabem como resolver, o que não ajuda é o sistema existente, onde os interesses particulares e corporativistas acabam prejudicando e não deixando as coisas acontecerem. Defendemos a participação popular nas decisões, os políticos apenas precisam atender à população.
BD: E a segurança, como o senhor observa a participação da Polícia.
Daniel: As forças de segurança defendem os interesses da burguesia. As policias não defendem os pobres, o patrimônio do pobre, mas das classes dominantes. O trabalhador, às vezes, acaba sendo vítima da policia. O PCO defende a dissolução da PM. Com o governo popular vamos traçar uma politica de segurança ouvindo à população, ela é quem decide sempre.
BD: E a Guarda Municipal?
Daniel: Defendemos o fim da Guarda. Ela não defende o interesse da população da periferia, mas o patrimônio do estado, que é burguês.
BD: O PCO é um partido de extrema esquerda, contrário ao capitalismo, trotskista, defendendo a tomada do poder pela classe operária, mas vivemos num país capitalista. Como conviver com o capital, que é o que predomina no momento. Como gerar empregos sem o capital? Se o senhor for prefeito como pretende lidar com o capital e sua ideologia?
Daniel: Não acreditamos na conciliação de classes. Se tiver, a classe dominante será a beneficiada sempre. No emprego, acreditamos na cobrança de imposto único, progressivo sobre o capital. O trabalhador não pode pagar pela crise, o governo golpista tira os direitos e joga a responsabilidade nas costas da população. Não concordamos com este sistema, mas temos que conviver com ele. O povo fará a política e ele vai decidir como sempre.
BD: Vamos falar sobre o PCO. Este partido defende a tomada do poder pelo voto?
Daniel: Este sistema de eleição é uma fraude. Serve apenas para colocar os dominantes no poder, onde o dinheiro fala acima de tudo. Querem eleger a maioria das prefeituras para que em 2018 o candidato deles para presidente de continuidade ao poder. Sempre vão falar quer os esquerdistas são bandidos, terroristas, entre outras coisas.
BD: O Senhor participa da eleição, mas não concorda com as regras?
Daniel: Este sistema político beneficia quem tem mais dinheiro, basta ver o que eles informam o que vão gastar.
BD: O senhor tem apenas uma vereadora na chapa, como relacionar com a Câmara sem ninguém eleito ?
Daniel: Uma Câmara deve ouvir os interesses dos conselhos populares, o modelo representativo é uma enganação, pois defende apenas o interesse de grupos da cidade. Prefeito e vereador devem ouvir à população.
BD: o senhor chamaria vereadores para secretarias ou atenderia partidos para ocupar os cargos de confiança?
Daniel: Não fizemos coligação justamente para não nos comprometermos com ninguém. Nada de apadrinhados, ou indicações políticas, apenas pela competência é que ocupam os cargos nos governos do PCO.
BD: O senhor chama dos governos de burgueses, golpistas, entre outras coisas. Como o senhor se relacionará com Michel Temer e Alckmin na hora de pedir recursos para a cidade?
Daniel: Quem vai pedir não sou eu, mas o povo. Os governos são apenas canais para atender as reivindicações da população.
BD: Não é complicado falar em participação da população, quando a mobilização de pessoas é praticamente impossível e só acontece espontaneamente em campeonatos de futebol. O senhor fala que tudo será feito pelo povo, mas como convencer estas pessoas a participar?
Daniel: Nós vamos trabalhar nas bases. O PCO vai conscientizar as pessoas, formando os conselhos e incentivando a participação. Hoje eles dificultam as pessoas de irem a Câmara, tanto que tiraram as sessões da noite e agora são a tarde. E quando vão são maltratados por grupos ligados a vereadores , grupos econômicos e a Guarda Municipal.
BD: Como sua família recebeu sua candidatura, teve apoio?
Daniel: A família se preocupa, pois sabe que seremos boicotes, sofremos ataques e retaliações. Meus familiares sabem que quem faz isto é justamente quem representa o poder econômico.
BD : Vivemos uma alternância de poder no mundo. Na França esquerda e direita se revezam a todo momento, no Brasil isto também acontece. A esquerda está em baixa no Brasil. Como o senhor que é de esquerda encara este momento e administra isto.
Daniel: A esquerda é pintada como o diabo. Pois queremos trocar o poder econômico pela participação popular. Sempre haverá este confronto. Mas defendemos uma esquerda pura, não como a praticada pelo PT, que colocou capitalistas no governo, ajudou o sistema bancário e até apostou em uma latifundiária na Agricultura.
BD: Se tiver um segundo turno, se o senhor não estiver como será sua participação caso o PT esteja no páreo?
Daniel: Vamos avaliar, o PT apesar de todos os problemas e críticas que fizemos, tem programas voltados para a classe trabalhadora. Se eles estiverem no segundo turno sem nós, vamos avaliar. Com quem vão caminhar principalmente, sozinhos, com a direita.
BD: O senhor quando passa perto da prefeitura, o que passa na sua cabeça? Já se vê sentando na cadeira no nono andar?
Daniel: Sabemos das dificuldades, do modelo existente, dos interesses, é uma luta. Vamos caminhar.
BD: E o senhor eleito, como pretende se relacionar com a sociedade, onde às vezes, o prefeito é obrigado a tomar medidas antipáticas.
Daniel: A pessoa que estiver no poder não deve tomar medidas contra o povo. Queremos dar justiça social. Vamos atender o povo dentro de suas necessidades.
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