Diário de São Paulo
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INVESTIGAÇÃO

Caso Silvio Almeida: PF abre inquérito para investigar denúncias de assédio

"Repúdio com absoluta veemência", afirma o ministro dos Direitos Humanos após denúncia de assédio sexual ao Me Too Brasil

Caso Silvio Almeida: PF abre inquérito para investigar denúncias de assédio - Imagem: Reprodução / Instagram / @silviolual
Caso Silvio Almeida: PF abre inquérito para investigar denúncias de assédio - Imagem: Reprodução / Instagram / @silviolual

William Oliveira Publicado em 06/09/2024, às 13h56


A Polícia Federal (PF) iniciará um inquérito para apurar as denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O ministro foi denunciado após alguns supostos episódios de assédio contra a ministra Anielle Franco e outras mulheres à organização Me Too Brasil. 

De acordo com a PF, a decisão de abrir o inquérito foi da própria corporação, mas também existia a determinação do Palácio do Planalto e do Ministério da Justiça para que o caso seja investigado.

Ainda de acordo com a corporação, a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, é uma das supostas vítimas de assédio sexual. O ministro dos Direitos Humanos foi denunciado à organização Me Too Brasil por supostos episódios de assédio contra ela e outras mulheres.

Segundo a organização Me Too, a mesma divulgou uma nota intitulada “Caso Silvio Almeida”, na qual confirmou com o consentimento das vítimas que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida. As vítimas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.

No momento, Silvio Almeida afirma que as denúncias são apenas "mentiras" contra ele, que foram levadas à organização. O ministro ainda afirmou que acionará a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Justiça para que apurem a suposta “denunciação caluniosa” contra ele.

“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, afirmou o ministro.

Silvio Almeida assumiu o Ministério dos Direitos Humanos em janeiro de 2023, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tendo se formado em Filosofia e Direito, doutor e pós-doutor pela Universidade de São Paulo, Silvio é visto como uma das maiores  referências no país em questões etnicas-raciais.

A denúncia foi divulgada após uma reportagem do Metrópoles, que posteriormente foi confirmada pela organização.

Veja na integra a nota emitida pela organização Me To:

"A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.

Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa.

Vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores são figuras poderosas ou influentes, frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas. Devido a isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado.

A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política. Denunciar um agressor em posição de poder ajuda a quebrar o ciclo de impunidade que muitas vezes os protege. A denúncia pública expõe comportamentos abusivos que, por vezes, são acobertados por instituições ou redes de influência.

Além disso, a exposição de um suposto agressor poderoso pode encorajar outras vítimas a romperem o silêncio. Em muitos casos, o abuso não ocorre isoladamente, e a denúncia pode abrir caminho para que outras pessoas também busquem justiça.

Para o Me Too Brasil, todas as vítimas são tratadas com o mesmo respeito, neutralidade e imparcialidade, com uma abordagem baseada nos traumas das vítimas. Da mesma forma, tratamos os agressores, independentemente de sua posição, seja um trabalhador ou um ministro"

Assista ao vídeo publicado por Silvio de Almeida em seu Instagram:

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