Político também tem medo de que seus filhos se tornem alvos de investigações
Mateus Omena Publicado em 02/08/2022, às 15h22
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na segunda-feira (1) que tem certeza que pode ser alvo de inquéritos que devem levá-lo à prisão, caso perca as eleições, que acontecem em outubro. A informação partiu da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
O político acredita também que seus filhos podem se tornar alvos mais fáceis de investigadores se ele deixar o cargo de Presidente da República.
A colunista Mônica Bergamo afirmou também que Bolsonaro tem repetido a fala a diversos interlocutores em Brasília, inclusive de seu próprio governo.
Estima-se que essa hipótese esteja incomodando o presidente, especialmente pela sua dificuldade de se recuperar nas pesquisas eleitorais, que estão sendo lideradas pelo ex-presidente Lula (PT), principal rival de Bolsonaro na corrida pela presidência.
Alguns interlocutores próximos ao presidente afirmam que ele está cada vez mais inquieto e transtornado em diversos momentos.
A coluna informou na segunda-feira (1) que ouviu dois ministros que também confirmaram que Bolsonaro afirmou a possibilidade de ser detido em mais de uma ocasião.
Por outro lado, muitos políticos e autoridades, que não integram o governo, mas que teriam conversado com Jair Bolsonaro nos últimos dias, teriam dito que ele diz que reagirá, e que não será preso com facilidade.
Essas fontes anônimas também relataram que ele tem demonstrado nervosismo e repetido frases que já foram ditas no seu discurso do último dia 7 de setembro, em ato na Avenida Paulista, em São Paulo: “Nunca serei preso”.
Nesse período, Bolsonaro declarou que poderia sair do Palácio do Planalto “preso, morto ou com a vitória”. Nas conversas em Brasília, ele também teria dito, na mesma linha do discurso em São Paulo, que poderá haver “morte” caso tentem prendê-lo.
Um dos auxiliares do presidente descreveu que ele também fala em perseguição e que “estão loucos” para prendê-lo. Mas ele não seria “ingênuo” como seus antecessores, fazendo referência aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB).
A preocupação de Bolsonaro é justificada pelas centenas de denúncias de que é alvo, principalmente por sua conduta durante a pandemia de covid-19 e pelos ataques ao sistema eleitoral. Caso seja derrotado e deixe a Presidência, o mandatário será julgado pela Justiça comum, o que eleva as possibilidades de responsabilização penal.
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