A Arquidiocese de São Paulo afirmou que está acompanhando a possível abertura de uma CPI com o padre Júlio Lancellotti como alvo
Ana Rodrigues Publicado em 04/01/2024, às 07h54
A Arquidiocese de São Paulo afirmou que está acompanhando "com perprlexidade" a possível abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Paulo com o padre Júlio Lancellotti como alvo.
Segundo a Folha de São Paulo, a CPI das ONGs foi protocolada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), com o apoio de 24 colegas e deve ser instalada em fevereiro, na volta do recesso do Legislativo paulistano.
Na qualidade de Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade", afirmou, em nota, a assessoria de comunicação do órgão da Igreja Católica.
Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade", concluia o texto.
A CPI tem como objeto o trabalho das ONGs que atuam no centro de São Paulo - principalmente na regiãob da cracolândia. Porém, nas redes sociais e em entrevistas, o vereador Rubinho Nunes deixou claro que o principal alvo é realmente o padre, de quem é um crítico.
Tanto é que, as duas entidades escolhidas que estarão no escopo da CPI, - o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar e o Coletivo Craco Resiste -, seriam as mais próximas da atuação do padre, na leitura do vereador.
A primeira é uma entidade filantrópica ligada à igreja católica da qual o padre Júlio foi conselheiro, mas hoje não é mais. A segunda atua contra a violência policial na região da cracolândia.
O padre afirmou à coluna que não faz parte de nenhuma ONG e não tem qualquer envolvimento com projetos que envolvam dinheiro público, e por isso, não vê sentido em ser investigado.
Se eu for chamado a falar, de que ONG vão falar que eu sou? Ou, se me convocarem, estarão convocando a Arquidiocese de São Paulo. A minha ação é da arquidiocese, que não é ONG e não é conveniada com a prefeitura. Não vão encontrar dinheiro público em nenhuma das ações. O que a Câmara pode fazer é fiscalizar dinheiro público. Não existe CPI para fiscalizar a igreja", afirmou o Padre Júlio Lancellotti.
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