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Vereador diz que levou tapa do assessor do prefeito

De acordo com o parlamentar, ele foi até a unidade de saúde após receber ligações de pacientes reclamando sobre exames de mamografia desmarcados na unidade de

Vereador diz que levou tapa do assessor do prefeito
Vereador diz que levou tapa do assessor do prefeito

Redação Publicado em 06/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h16


Agressão teria ocorrido dentro do hospital municipal na última quinta-feira.
Parlamentar registrou boletim de ocorrência; Prefeitura não se manifestou.

O vereador de Nova Odessa (SP), Claudio José Schooder (PV), o Leitinho, registrou um boletim de ocorrência nesta sexta-feira (4) dizendo que levou um tapa no rosto de um dos assessores do prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PSDB), no Hospital Municipal e Maternidade Doutor Acílio Carreon Garcia, na última quinta-feira (3).

De acordo com o parlamentar, ele foi até a unidade de saúde após receber ligações de pacientes reclamando sobre exames de mamografia desmarcados na unidade de saúde. E quando conversava com funcionários da empresa terceirizada, que realiza os exames, e gravava com um celular mulheres que aguardavam para fazer o exame, um dos assessores do prefeito começou a discutir com ele e depois o agrediu com um tapa na cara.

“Ele disse para mim que eu estava dando trabalho e aí eu falei para ele que ele era pago para defender o prefeito e eu para defender a população. Aí ele ficou bravo e nisso ele deu um tapa no meu rosto e derrubou meu celular no chão”, conta. Ainda de acordo com vereador, o assessor precisou ser retirado do local por seguranças do hospital.

Mamografia
Leitinho diz que o motivo da confusão é mau funcionamento do aparelho de mamografia do hospital. De acordo com o vereador, o equipamento constantemente está quebrado e que a empresa terceirizada contratada pela prefeitura não resolve o problema.

O vereador ainda diz que a  terceirizada assumiu há um mês o serviço no hospital, porque a Prefeitura  não quitou os  débitos pendentes com a empresa que fazia os exames anteriormente.

Crise
A confusão com o vereador Leitinho faz parte de mais um episódio da crise na saúde de Nova Odessa.  Nesta  sexta-feira,  o prefeito de Nova Odessa ,Benjamim Bill Vieira de Souza, exonerou o secretário Municipal de Saúde, Sérgio Molina. A exoneração ocorreu em meio à  crise no Hospital Municipal e Maternidade Doutor Acílio Carreon Garcia,. Há suspeita que quatro mortes ocorridas na unidade de saúde tenham sido causada por negligência e erro médico, sendo que o caso  mais recente é o da menina Larissa de Oliveira Soares, de 12 anos, morta no dia 23 de outubro.

Em comunicado enviado à imprensa, o prefeito destacou a capacidade técnica de Molina, mas que mudança são necessária. “Não estou satisfeito com as reclamações que recebo e quero mudanças”, disse o prefeito. De acordo com a Prefeitura, no lugar de Molina foi nomeada uma comissão, que deverá fazer uma avaliação da pasta e apresentar um diagnóstico com soluções para os problemas apontados pelos usuários”. Bill ainda comentou as mortes ocorridas no hospital. “Também fiquei comovido com os fatos recentes, envolvendo mortes de crianças e denúncias de erro médico. Se houve erro do médico que ali estava, ele será avaliado por técnicos e responderá por seus atos’, disse.

Sindicância
O Conselho Regional de Medicina (Cremesp) decidiu abrir sindicância para investigar as mortes ocorridas no Hospital Municipal e Maternidade Doutor Acílio Carreon Garcia, em Nova Odessa (SP). Em nota enviada, a Secretaria de Saúde de Nova Odessa informa que instaurou processo administrativo para apurar as mortes.

Revolta
A situação no hospital municipal de Nova Odesa tem causado revolta na população que chegou a lotar as dependências da Câmara Municipal de Nova Odessa, no dia 24 de outubro, para exigir providências em relação ao caso da menina Larissa Oliveira.

Em meio a xingamentos e palavras de ordens, populares pressionaram os parlamentares para aprovarem o requerimento de abertura de uma Comissão Especial de Inquerito (CEI), protocolado pelos vereadores Carla Furini de Lucena (PSDB), Sebastião Gomes dos Santos (PMDB), o Tiãozinho do Klavin, e Angelo Roberto Réstio (PMDB), Nenê Réstio, para investigar se houve negligência na morte da menina.

Logo no início da sessão, o vereador Angelo discutiu com populares e resolveu deixar o local, prometendo abrir um boletim de ocorrência contra colegas parlamentares, que segundo ele, estavam instigando a população a se manifestar. A Guarda Municipal chegou a ser chamada para reforçar a segurança no local, segundo a assessoria de imprensa da Câmara.

Como o parlamentar Angelo Roberto Réstio, um dos vereadores responsáveis pelo protocolo do requerimento, deixou a Câmara Municipal antes da votação, o requerimento não pode ser lido e consequentemente não foi colocado em votação.

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