O caso aconteceu em Curitiba e a vítima diz que já sofria preconceito religioso
Gabrielly Bento Publicado em 21/09/2023, às 15h52
No último domingo (17), uma professora umbandista da rede municipal de Curitiba foi agredida por vizinhos na entrada de seu apartamento. Ela registrou um boletim de ocorrência na Polícia Militar e denunciou o caso ao Ministério Público do Paraná.
Segundo a Banda B, a professora, que não teve a identidade revelada, estava na entrada de casa saindo com seus cachorros, quando uma vizinha começou a ofendê-la e a sua religião.
“Esta senhora abriu a porta dela e gritou: “Queima”. Depois, fechou a porta. Eu desci com os meus cachorros, olhei para ela, mas fiquei com o coração apertado. Cheguei até comentar com o porteiro, disse que estava com medo de algo que poderia acontecer. Expliquei que era umbandista e estava sendo perseguida. O porteiro falou que qualquer coisa era para chamá-lo”, contou a vítima.
Quando a mulher voltou do passeio, as ofensas continuaram e os vizinhos gritavam: “Queima, satanás”. A professora tentou argumentar com os vizinhos, mas uma outra mulher começou a agredi-la fisicamente. A filha da vítima, que tentou apartar a briga, também foi agredida.
“Neste momento, eu questionei: “Escutem, vocês sabem que discriminação religiosa é crime”. Então, esta menina, que deferiu o soco em mim, falou: “Vamos ver se é crime mesmo”; e já veio me dando os socos. Nisto, a minha filha apareceu e tentou me ajudar. Ela foi lá e bateu na minha filha. (…) O soco que ela me deu fez sangue “jorrar” para todos os lados. Eles trincaram o meu nariz. A mãe da mulher que me agrediu dava risada. A outra filha que ela tem, também. E ainda disseram: “Vai ter mais’”, relatou a professora.
A mulher disse que os vizinhos são evangélicos e que ela já havia sido vítima de preconceito religioso por parte deles anteriormente.
Eles passavam e diziam: ‘Eu tenho nojo deste apartamento do satanás’. Eles gritavam: ‘Não pise aqui’, ‘macumba’; e chutavam o meu tapetinho”, explica a vítima, se referindo a um tapete de Exu que ela deixa na frente de sua porta.
“Eles passavam pela minha porta com as crianças, que são netos desta senhora e filhos desta mulher que me agrediu. Passavam e diziam: ‘Não pisa aí que é macumba’. A gente saía e eles gritavam da janela: ‘Queima’.”
A Polícia Militar registrou o caso como lesão corporal e injúria racial. O Ministério Público do Paraná também está investigando o caso. E a agressora fugiu do local.
Este caso é mais um exemplo da intolerância religiosa que ainda existe no Brasil. A Umbanda é uma religião afro-brasileira que é frequentemente alvo de preconceito e discriminação.
É importante ressaltar que a intolerância religiosa é um crime. A Lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, também pune a discriminação religiosa. A pena para este crime é de um a três anos de prisão.
Leia também
Jamais sabote a si mesmo afirmando que não possui determinadas competências
Policial de 21 anos é arrebatado por facção criminosa no Guarujá
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
Atriz Samara Felippo revela que filha sofreu racismo na escola: "pedi expulsão das alunas"
Web volta a viralizar vídeos de Rezende constrangendo Virgínia; assista
Mega-Sena: prêmio acumula e vai a R$ 6,5 milhões; veja como apostar
Documentário sobre Davi, campeão do BBB24, ganha data de estreia; veja quando
Britney Spears faz acordo com o pai e encerra disputa legal
Corinthians x Fluminense: confira horário e onde assistir ao jogo do Brasileirão
Equipe de alpinistas devolve o brilho à Ponte Estaiada de São Paulo