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Violência contra a mulher

Pedagoga mata o marido brutalmente e explica motivo em vídeo: “Nunca me senti tão livre”

Após o assassinato, a mulher escondeu o corpo do companheiro em freezer

Cláudia Fernandes Tavares Hoeckler e o marido Valdemir Hoeckler - Imagem: reprodução/Facebook
Cláudia Fernandes Tavares Hoeckler e o marido Valdemir Hoeckler - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 22/11/2022, às 11h15


Uma mulher confessou ter assassinado o marido e guardado o corpo em um freezer, após ser apontada pela polícia como a principal suspeita pelo crime.

O homicídio aconteceu em Lacerdópolis, em Santa Catarina, segundo a Polícia Civil.

Em uma entrevista ao canal Beto Ribeiro, no YouTube, publicada no último domingo (20), a pedagoga Cláudia Fernandes Tavares Hoeckler, 40 anos, admitiu ter cometido o crime contra o motorista Valdemir Hoeckler, 52.

Segundo a advogada de Cláudia, ela se entregou às autoridades no começo da tarde de segunda-feira (21), após a Justiça determinar a prisão da suspeita.

Ao canal no YouTube, a mulher detalhou como matou o marido e os motivos para cometer o crime.

Cláudia contou que Valdemir morreu asfixiado por ela, depois que tomou um remédio para dormir. Por outro lado, ela alegou que foi ameaçada de morte pelo marido antes de assassiná-lo.

De acordo com ela, o momento crucial surgiu após ele a impedir de ir a uma viagem com colegas de trabalho, que seria realizada em 14 de novembro. A pedagoga explicou que Valdemir a ameaçou de morte caso decidisse pela viagem.

"Dei um surto. E pensei: 'já que alguém vai morrer, que seja você [Valdemir]'."

Como o marido trabalhava à noite, ela aproveitou para dar remédios a eles para dormir. E então, o sufocou até a morte.

"Foi tudo repentino. Eram remédios do meu sogro. Ele tomou junto com outros remédios que já tomava". Após ele se deitar para dormir, cerca de meia hora, depois ela alega ter colocado "na cabeça dele uma sacola de mercado".

Em seguida, ela colocou o corpo do marido no freezer, com a intenção de escondê-lo, depois de enrolá-lo em um lençol.

Depois do crime, Claudia ainda foi viajar com as colegas, antes de serem iniciadas as investigações sobre o caso, com as buscas do corpo.

No vídeo, Claudia diz no vídeo que pretende cumprir a pena pelo crime. Ela alegou que vivia sendo agredida e ameaçada pelo marido e agora, poderá ter mais tranquilidade.

"Eu vou agora cumprir minha pena, vou para cadeia, mas eu nunca me senti tão livre. [...] Eu sinto que minha filha está mais segura. Não vai ter ninguém impedindo da gente se ver. Sei que vou parar de apanhar, não sei explicar, mas é uma liberdade."

Segundo Cláudia, seu propósito neste momento é ajudar outras mulheres que passam ou passaram na mesma situação dela, mesmo sabendo que pode ser presa. "Eu falava para minhas amigas o contrário do que eu vivia. Não deixar os homens mandarem nelas, que não podiam ser agressivo".

Ela também contou que a filha, Gabriela, até então não teve conhecimento do crime. Apesar de tudo, a pedagoga acredita que a jovem vai entender sua atitude da mãe e espera contar o apoio dela.

Investigações

O corpo de Valdemir foi encontrado na noite do último sábado (19). Ele estava desaparecido desde a segunda-feira (14), quando não apareceu para trabalhar. A esposa permitiu a operação de busca em sua casa, mas não estava lá no momento em que a polícia achou o corpo no freezer.

Os investigadores desconfiaram do homicídio diante de versões desencontradas dadas pela esposa e outras informações colhidas com vizinhos.

Em nota, a defesa de Cláudia disse que ela se entregou à Polícia Civil na sexta-feira (18). Naquele momento, os agentes notaram que a mulher estava com hematomas e marcas de agressão no braço. Questionada sobre a origem dos ferimentos, ela não soube explicar.

"Ela era uma mulher maltratada física e psicologicamente. Por vezes, até violentada de forma sexual. E que para preservar a própria vida, matou. Hoje ela está se entregando à polícia e possivelmente vai ser presa. Mas ela deixa bem claro: nunca se sentiu tão livre", afirmou o advogado Marco Alencar, responsável pela investigação.

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