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Benigna Cardoso

Menina de 13 anos morta em tentativa de estupro é a primeira beata do Ceará

A menina Benigna Cardoso da Silva morreu há 80 anos, e desde então tem sido venerada por fiéis da região

Menina de 13 anos morta em tentativa de estupro é a primeira beata do Ceará - Imagem: reprodução
Menina de 13 anos morta em tentativa de estupro é a primeira beata do Ceará - Imagem: reprodução

Vitória Tedeschi Publicado em 24/10/2022, às 14h46


Nesta segunda-feira (24), a cidade de Crato, no Ceará, será palco de uma festa de fé católica para a beatificação de Benigna Cardoso da Silva, a Menina Benigna, que se tornou um símbolo da resistência contra o machismo, a violência contra as mulheres,feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes.

Benigna, de apenas 13 anos, se tornou símbolo de católicos cearenses após recusar ter relações sexuais com outro jovem em Santana do Cariri, a 523 km de Fortaleza, e ser assassinada brutalmente a facadas no dia 24 de outubro de 1928.

Após a morte, a menina passou a ser venerada na região do Cariri. Com isso, o Vaticano vai oficializar nesta segunda-feira (24) a Menina Benigna como primeira beata do Ceará e quarta mártir do Brasil. A autorização foi dada pelo Papa Francisco em 2019.

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Romaria da Menina Benigna em Santana do Cariri em 2018 / Imagem: reprodução g1

O cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, será o representante do Papa Francisco no ato que envolve a primeira beata do Ceará.

"Benigna, em vida, foi vista como uma pessoa santa. Era muito dedicada aos estudos, caridosa, amante da natureza e dos animais, extremamente religiosa, com assídua participação na Eucaristia aos domingos", conta Danilo Sobreira, coordenador de Pastoral da Paróquia Senhora Sant’Ana de Santana do Cariri, cidade natal da mártir, ao site Vatican News. "E também nutria devoção especial a Nossa Senhora do Carmo a quem sempre invocava para a livrar do inferno", continua.

Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri. O processo de beatificação de Benigna começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.
A cerimônia estava originalmente prevista para 2020, mas foi adiada por causa da pandemia de Covid-19.

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