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Chocante

Jovem confessa ter espancado a namorada até a morte em áudio e dá detalhes de arrepiar

Guilherme Nascimento pediu ajuda da família para se livrar da responsabilidade pelo crime

O crime aconteceu em Taguatinga (DF) - Imagem: reprodução/Polícia Civil
O crime aconteceu em Taguatinga (DF) - Imagem: reprodução/Polícia Civil

Mateus Omena Publicado em 04/03/2023, às 19h41


Em um áudio, um homem fez uma revelação assustadora a um familiar de que assassinou sua namorada após espancá-la.

Guilherme Nascimento Pereira, 29 anos, foi preso na última quinta-feira (3), após matar Letícia Barbosa Mariano, 25.

No áudio, ele confessou o crime de feminicídio e pede ajuda para se livrar da responsabilidade. No entanto, o parente o aconselhou a se entregar para a polícia.

“Eu pedi ajuda e vocês querem me colocar na cadeia. Por favor, véi! Eles vão saber que fui eu”, disse Guilherme.

“Espera até de manhã! Não sei se ela está morta. Trisquei nela e a bicha está mexendo um pouco o pescoço e o peito. Espera! As vezes é cachaça. Espera um pouquinho. Não vai [agora] não”, começa o suspeito. “Não vai na delegacia não, por favor! Eu já estou na desgraça. Por favor, não vá! Só não vá. Estou na rua, moço. Eu estou dando voltas. Eu fiz foi fugir, já”, finalizou.

De acordo com os investigadores, por volta das 4h30, Letícia foi assassinada dentro de casa, em Taguatinga (DF). A vítima foi espancada até a morte, no banheiro do apartamento onde morava, no Setor de Indústrias Gráficas da região. O suspeito fugiu do local, mas foi preso horas depois em um hotel, em Ceilândia.

Letícia havia denunciado o namorado por ameaça e lesão corporal. Em 17 de setembro do ano passado, ela havia apresentado uma queixa contra o namorado. Na ocasião, a vítima alegou que namorou Guilherme por cerca de cinco anos e terminou o relacionamento em junho de 2022, segundo o site Metrópoles.

A vítima também revelou que o companheiro sempre apresentou comportamento violento e que chegou a ser agredida física e moralmente por ele. Guilherme, inclusive, chegou a reclamar da “roupa curta” de Letícia.

Na ocasião, Letícia procurou ajuda das autoridades contra o agressor. A delegada responsável pelo caso pediu a prisão preventiva do suspeito, mas o Ministério Público entendeu que não havia requisito para a prisão – e a Justiça indeferiu o pedido.

Na decisão, a juíza do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Ceilândia diz que não há informações de que Guilherme teria descumprido medidas de proteção anteriormente pedidas por Letícia e, portanto, não havia necessidade de “custódia cautelar”.

“Há previsão legal de outras medidas menos gravosas, como as medidas protetivas de urgência, que podem garantir a integridade física e psíquica da possível vítima, as quais já foram deferidas em favor da ofendida nos autos da Medida Protetiva de Urgência. Ausentes, portanto, os requisitos necessários à decretação da prisão temporária porquanto não resta demonstrada a necessidade da custódia cautelar para as investigações do inquérito policial”, disse a juíza Joanna D’Arc Medeiros Augusto.

Violência sem fim

No boletim de ocorrência, a jovem contou que havia sofrido uma tentativa de feminicídio e requereu medidas protetivas de urgência.

Em depoimento, Letícia contou que encontrou Guilherme enquanto caminhava pela rua, e o agressor tentou iniciar uma conversa. Diante da negativa da vítima, ele a acertou com um murro no rosto.

Em 14 de setembro de 2022, o suspeito, extremamente irritado e descontrolado, foi à casa da jovem e começou a gritar: “Desgraçada, desgraçada. Eu quero ver seu Instagram”. Em seguida, puxou os cabelos dela, com bastante violência e a ameaçou: “Eu vou te matar. A sua roupa está muito curta”. O criminoso chegou a pressionar Letícia contra o muro e continuou as agressões, dizendo: “Põe a senha do Instagram, senão eu te bato”.

Assustada, ela conseguiu se desvencilhar, correr e se abrigar em um salão de beleza. Testemunhas ligaram para a Polícia Militar, que chegou ao local quando o suspeito já havia fugido.

Em depoimento, a jovem reforçou que a conduta do agressor era reiterada e que ela não “suportava mais o abalo psicológico” causado pela situação. Acrescentou que temia pela própria vida, devido ao temperamento agressivo, violento e imprevisível do ex-namorado. Letícia descreveu Guilherme como “profundamente possessivo e ciumento”, e disse que ele não aceitava o fim do relacionamento.

* Os áudios do criminoso estão disponíveis no site do Metrópoles.

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