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Crime

Homofobia: atleta é vaiada e chamada de ‘sapatão dos infernos’ em competição de crossfit

O caso aconteceu em Praia Grande, no litoral paulista

Giovanna Padovani Lui trabalha como profissional de educação física - Imagem: reprodução/TV Tribuna
Giovanna Padovani Lui trabalha como profissional de educação física - Imagem: reprodução/TV Tribuna

Mateus Omena Publicado em 20/10/2022, às 10h54


Uma profissional de educação física, de 22 anos, foi atacada com ofensas homofóbicas durante uma competição de crossfit em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

A cena dos ataques foi gravada pelas pessoas que assistiam ao evento e repercutiu nas redes sociais nesta semana. Na imagem, os agressores xingam a atleta e a chamam de “sapatão dos infernos" e “jumenta”.

O episódio aconteceu no último domingo (16). Giovanna Padovani Lui foi selecionada para participar como juíza da Mugo Games 2022, um campeonato de crossfit. A disputa foi dividida por categorias, entre elas o RX Masculino, que foi um dos grupos arbitrados por ela e disputado em trio.

Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na região, Giovanna contou que foi agredida no momento em que fez o julgamento aos competidores, logo depois que eles entraram para competir.

“Quando os atletas exercem movimentos que não são coerentes com o que o campeonato está pedindo, a arbitragem anula o que foi feito e o atleta precisa repetir. Bem no começo da prova eu anulei, e a torcida começou a me xingar de jumenta, sapatão do caramba e sapatão do inferno”.

A profissional se sentiu “humilhada e muito mal” pelos insultos, mas, no momento, se esforçou para manter o profissionalismo e decidiu tomar as medidas necessárias após a competição. Giovanna registrou um boletim de ocorrência e entrou com um processo, com o apoio de uma advogada. Ela também recebeu o apoio da empresa organizadora do Mugo Games.

“Assim que eu comuniquei à empresa, ela me deu todo o apoio. Deixaram o advogado deles à minha disposição e estão me ajudando a localizar as pessoas [agressores]. Estão me ajudando da melhor forma possível”.

Após a violência sofrida, a profissional de educação física declarou que fará o que puder para ajudar e defender quem sofre homofobia e aconselhou as vítimas para que não tenham medo de denunciar qualquer assédio, insulto ou agressão.

“Não é errado você ser quem você é. Errado são as pessoas te julgarem por isso e tentarem te colocar para baixo. Não tenham medo. Quanto mais a gente abaixa a cabeça, mais isso cresce. Eu estou aqui para quebrar barreiras. Se depender de mim, eu vou com isso até o fim, e se eu puder defender mais pessoas em relação a isso, eu vou defender. Ninguém merece passar por isso, todo mundo merece ser respeitado, isso é o mínimo”, finalizou.

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