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Ex-diretor da PRF é preso em operação sobre 2ª turno das eleições

Operação investiga possíveis interferências no segundo turno das eleições de 2022

Silvinei Vasques - Imagem: Reprodução | O Globo
Silvinei Vasques - Imagem: Reprodução | O Globo

Marina Roveda Publicado em 09/08/2023, às 08h13


Na manhã desta quarta-feira (9), foi efetuada a prisão preventiva de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, em uma operação que investiga interferência no segundo turno das eleições de 2022. A prisão ocorreu em Florianópolis e foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

No dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições, a Polícia Rodoviária Federal realizou blitze que tiveram impacto na mobilização de eleitores, principalmente no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

Na véspera do segundo turno, Vasques, que havia declarado voto em Bolsonaro, ocupava o cargo de diretor-geral da PRF. Ele é réu por improbidade administrativa nesse episódio.

No domingo do segundo turno, Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitze, sob ameaça de prisão de Vasques. No entanto, a ordem foi desrespeitada pela PRF.

O G1 e a TV Globo estão em busca de contato com a defesa de Silvinei Vasques. O ex-diretor da PRF já havia sido ouvido pela CPI dos Atos Golpistas em junho, negando irregularidades na atuação da corporação.

Além da prisão de Vasques, estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em diferentes estados do Brasil contra outros diretores da PRF durante a gestão de Vasques. Não há mandados de prisão contra esses indivíduos.

Os alvos da operação, denominada "Constituição Cidadã", incluem:

  • Luis Carlos Reischak, ex-diretor de Inteligência;
  • Rodrigo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;
  • Wendel Benevides, ex-corregedor-geral;
  • Bruno Nonato, ex-PRF e atualmente na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
  • Anderson Frazão, ex-coordenador-geral de Gestão Operacional;
  • Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações; e
  • Antonio Melo Schlichting Junior, ex-coordenador-geral de Combate ao Crime.

A Polícia Federal também planeja ouvir 47 membros da PRF como parte da operação. Os crimes investigados incluem prevaricação (quando um servidor público deixa de cumprir seu dever), violência política (impedir, por meio de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos) e obstrução ou perturbação da votação (crime previsto no Código Eleitoral).

O inquérito para investigar essas operações da PRF em rodovias foi aberto em novembro de 2022.

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