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Saúde

Superfungo: hospital de SP registra 1º caso de Candida auris em bebê

A infecção foi detectada em Campinas, no interior do estado de São Paulo

Imagem computadorizada do super fungo Candida auris, feita pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) - Imagem: reprodução/CDC
Imagem computadorizada do super fungo Candida auris, feita pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) - Imagem: reprodução/CDC

Mateus Omena Publicado em 07/06/2023, às 16h21


O Hospital da Mulher da Unicamp (Caism), em Campinas (SP), confirmou nesta quarta-feira (7) que identificou o primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris neste ano.

De acordo com a unidade de saúde, o diagnóstico ocorreu em 18 de maio e o paciente é um bebê prematuro.

Este também é o primeiro e único caso positivo em Campinas, informou a Secretaria Municipal de Saúde.

"Todas as medidas de prevenção e controle foram implementadas pelo hospital. A Vigilância Sanitária monitora a investigação e as medidas implementadas", diz texto da assessoria da pasta ao mencionar que a unidade pode continuar a fazer partos e atendimentos a pacientes.

O paciente apresenta boa evolução clínica, em que pesem condições associadas à prematuridade e baixo peso, informou o Caism. "Essas condições são comuns a recém-nascidos prematuros e não estão diretamente relacionadas à infecção", diz nota enviada pelo hospital à TV Globo.

Contenção

O Caism informou que desde aquela data tem realizado ampla investigação entre outros pacientes do hospital e até o momento não registrou novos diagnósticos positivos para o agente patológico. Além disso, mencionou que novos rastreamentos estão em andamento para confirmar o resultado prévio.

"Como princípio metodológico de redução do risco de disseminação do fungo, o hospital adotou precaução de contato no tratamento de bebês que tenham sido atendidos por profissionais com histórico de contato direto com o caso fonte", destaca outro trecho da nota.

O hospital disse que, com exceção do bebê contaminado com o superfungo, as demais crianças em precaução de contato não apresentaram resultado positivo para o fungo.

"Iniciar essa medida frente à simples hipótese de infecção ajuda a conter a disseminação de patógenos e a proteger pacientes e profissionais da saúde", explica o texto ao mencionar que o caso já foi notificado às autoridades sanitárias competentes para inclusão em boletins sobre o assunto.

Quão grave é o super fungo?

De acordo com especialistas, o fungo talvez não ofereça risco às pessoas saudáveis, no entanto pode levar à morte quem tem sistema imunológico debilitado. O Candida auris foi identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, e depois se espalhou por países na Europa, África, Ásia, Oceania e das Américas.

O primeiro caso foi identificado no Brasil em 2020, e neste ano há registro de surto em Recife, em Pernambuco.

As regiões do corpo onde o Candida auris costuma ser percebido: ouvidos, narinas, axilas e virilhas. Nesta fase, não há sintomas. Mas, um machucado, uma ferida na pele ou o uso de algum tipo de catéter no hospital pode dar a chance de que esses fungos entrem no corpo, atinjam a corrente sanguínea e provoquem uma infecção. Em casos graves, podem até prejudicar órgãos como o coração e o cérebro. É quando o paciente pode ter febres, calafrios e o agravamento de doenças que o levaram ao hospital.

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