Minutos após se casar, noiva perde a pessoa que mais ama na vida: "Flores foram para o velório"

Pouco tempo depois de selar o matrimônio no cartório de Marília, no interior de São Paulo, a vendedora Leticia Soares Bento Tejo, de 23 anos, recebeu a pior notícia de sua vida: sua mãe havia morrido em um acidente enquanto estava a caminho da sua festa.

Edna Nabas Soares, de 43 anos, e o enteado Gustavo Henrique de Oliveira da Silva, de 12, seguiam de São José do Rio Preto para Marília.

No trajeto, ao tentar desviar de um veículo que fez uma ultrapassagem proibida, o veículo onde estavam madrasta e enteado bateu de frente com um caminhão que seguia no sentido contrário. O acidente aconteceu no último dia 14, na BR-153.

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O motorista de 75 anos que fez a ultrapassagem proibida estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida desde 2020 e foi preso.

"Durante a manhã ela me mandou mensagem dizendo que chegaria a tempo de acompanhar o casamento no civil. No cartório cheguei a ligar para ela algumas vezes, mas não atendia e comecei a ficar preocupada", relatou Leticia em entrevista ao UOL.

"Às 15h50 o juiz me chamou para a cerimônia. Assim que acabou, fomos para as fotos. Foi quando meu padrasto ligou e me falou do acidente".

"Fui para a porta do cartório e, na escada, meu padrasto me deu a notícia de vez: 'eles faleceram'. Meu avô me segurou, e eu desabei de chorar. Só queria ver minha mãe e entender o que estava acontecendo."

Após receber a notícia do acidente com a mãe e o enteado, a família saiu do cartório e foi até a rodovia onde tudo aconteceu. Chegando no local, ela teve a confirmação da morte dos dois.

"Minha mãe sempre dirigiu muito bem. E, por uma imprudência de um cara irresponsável, duas famílias foram destruídas", disse a vendedora.

"As coroas de flores para a minha mãe [no velório] foram feitas com as flores do meu casamento. Tenho certeza de que ela amou essa homenagem."

O casamento religioso e a festa, que seriam no dia seguinte, foram adiados por decisão dos noivos. Ver a filha entrando na igreja vestida de noiva era um sonho que Edna, que não teve a oportunidade de se casar no religioso.

"Por mim não teria mais cerimônia e festa, mas muitas pessoas me ajudaram e incentivaram a realizar esse sonho pela minha mãe. Então vamos realizá-lo no dia 5 de agosto, a data de aniversário dela, e todo o casamento vai ser para homenageá-la", afirmou Leticia.

A vendedora contou que Edna trabalhava como body piercing, em São José do Rio Preto. A filha também lembrou que a paixão da mãe era viajar.

"Ela amava viver! Com ela não tinha hora ruim, sempre foi uma pessoa animada demais, que onde chegava o sorriso contagiava todo mundo. Ela tinha o sorriso mais verdadeiro e lindo que já conheci."