O genitor passou pelo segundo julgamento
Nathalia Jesus Publicado em 26/05/2023, às 12h36
Ricardo Krause Esteves Najjar, cozinheiro acusado de matar a própria filha, Sophia Kissajikian Cancio Najjar, de 4 anos, em 2015, passou por um segundo julgamento e recebeu sua condenação na última quinta-feira (25).
Acusado de homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar, Ricardo foi condenado pelo júri a cumprir 1 ano, 6 meses e 20 dias de prisão, segundo o g1.
O novo júri começou na quarta-feira (24) e foi encerrado às 23h45 da quinta-feira. O primeiro julgamento, no qual ele havia sido condenado a 24 anos e 10 meses de prisão, foi anulado dois anos depois por "contradição dos quesitos dos jurados".
Em entrevista ao programa 'Encontro', a mãe da criança, Lígia Kissajikian Câncio, lamentou a decisão e disse que o Ministério Público já recorreu.
"Para a nossa família é uma intensa tristeza não sentir que a justiça tenha sido feita nesse caso. Não estamos satisfeitos com a decisão, já decidimos recorrer e gostaria de dizer que vou continuar lutando por justiça."
A menina morava com a mãe, mas passava alguns períodos com o pai. Foi no apartamento de Krause, na Zona Sul de São Paulo, que ela morreu asfixiada com uma sacola plástica na cabeça.
Peritos e investigadores vasculharam duas vezes o apartamento, no primeiro andar de um prédio, no Jabaquara, e não encontraram sinal de que havia outra pessoa no lugar além da menina e do pai no dia do crime. Não havia sinais de arrombamento.
A namorada de Ricardo e a irmã dela, que também moravam no apartamento, disseram para a polícia que não estavam em casa no dia do crime. Ricardo foi preso, dois dias depois, no velório da filha.
Os exames do Instituto Médico Legal concluíram que a criança apresentava manchas roxas pelo corpo, o tímpano rompido e uma lesão na parte interna da boca. O pai de Sophia sempre se disse inocente e contou à polícia que tomava banho e, quando saiu, encontrou a filha com uma sacola na cabeça sem respirar.
Um ano depois da prisão de Ricardo, em dezembro de 2016, o então ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltá-lo. Em sua decisão, ele considerou haver “excesso de prazo” na prisão temporária – decretada antes da condenação para preservar as investigações ou evitar novos crimes.
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