Diário de São Paulo
Siga-nos
Home Office

Adesão ao trabalho híbrido cresce em São Paulo após a pandemia

Estima-se que 64% dos trabalhadores atuam em regime misto

Home Office - Imagem: Freepik
Home Office - Imagem: Freepik

Marina Roveda Publicado em 31/10/2023, às 08h46


Uma pesquisa realizada pela Offerwise e divulgada nesta terça-feira (31) revela que 64% dos trabalhadores atuam pelo menos um dia da semana em casa na cidade de São Paulo, o maior percentual do país. Esse modelo de trabalho híbrido, onde parte da atividade é realizada presencialmente e parte em home office, tem ganhado espaço na capital paulista, sobretudo após o período de pandemia.

Antes da crise sanitária, apenas 11% dos trabalhadores da cidade de São Paulo atuavam no esquema híbrido. No entanto, três anos e meio após o início da pandemia, esse índice saltou para 40,5%, superando a média nacional de 36,8%. Isso significa que duas em cada cinco pessoas empregadas na capital paulista adotam esse formato de trabalho.

Esses dados são provenientes de uma pesquisa conduzida em setembro pela Offerwise a pedido da plataforma QuintoAndar e do portal Imovelweb, ambos do setor imobiliário. A pesquisa teve um índice de confiabilidade de 95% e margem de erro de dois pontos percentuais.

Outro dado relevante é o aumento no número de pessoas que trabalham inteiramente em regime de home office. Em São Paulo, 23,1% dos trabalhadores atuam exclusivamente de suas casas. Esse aumento ocorreu de forma distinta: o home office exclusivo teve seu ápice durante o período mais crítico da pandemia, atingindo 39%, enquanto a adesão ao modelo híbrido cresceu com o fim dos lockdowns.

A pesquisa também revela que 50,2% dos entrevistados em São Paulo que trabalham pelo menos um dia por semana de forma remota considerariam buscar um novo emprego caso fossem obrigados a retornar ao trabalho presencial. Um dos principais motivos citados é o tempo gasto no deslocamento entre a casa e o local de trabalho.

Segundo o levantamento, o tempo médio de deslocamento para o trabalho na cidade de São Paulo é de 51 minutos, o mais alto entre todas as capitais do país. Além disso, cerca de metade dos trabalhadores na cidade utiliza o transporte público para se locomover, e dois em cada cinco moram a mais de 10 km de distância de seus locais de trabalho. Para 40,3% dos entrevistados, a questão do trabalho influenciou de alguma forma a escolha de sua residência atual, seja no que diz respeito ao transporte ou ao tamanho da moradia.

O gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, Thiago Reis, comenta sobre a importância de morar perto do local de trabalho para muitos paulistanos: "Para boa parte dos paulistanos, morar o mais perto possível do trabalho significa qualidade de vida. Não à toa, a proximidade da residência ao local de trabalho, o acesso fácil ao transporte público e o menor tempo de trajeto entre a residência e o trabalho são os principais fatores apontados pelos que dizem que o trabalho impactou na escolha do local onde moram."

Esse novo cenário pós-pandemia, em que o trabalho remoto e o híbrido se tornaram mais comuns, também está mudando a dinâmica de emprego e a relação dos trabalhadores com o espaço de trabalho. A pesquisa indica que muitas pessoas agora consideram suas casas não apenas como moradia, mas também como um ambiente de trabalho. 

Compartilhe  

últimas notícias