Diário de São Paulo
Siga-nos
EUA

Zelador desliga freezer de universidade e consequência é de chorar

Ele teria feito isso após perder a paciência com "alarmes irritantes"

Zelador desliga freezer de universidade e causa prejuízo absurdo; entenda - Imagem: reprodução Universidade UpstateNYer
Zelador desliga freezer de universidade e causa prejuízo absurdo; entenda - Imagem: reprodução Universidade UpstateNYer

Vitória Tedeschi Publicado em 27/06/2023, às 12h34


Após ouvir um "alarme irritante" vindo de um freezer, um zelador de uma universidade nos Estados Unidos resolveu desliga-lo. O que ele não esperava é que iria causar um prejuízo inestimável com a perda de uma pesquisa de mais de 20 anos.

A universidade em questão é a Rensselaer Polytechnic Institute, na cidade de Troy, interior do Estado norte-americano de Nova York e o caso ganhou repercussão após ser publicado pela CNN Internacional.

Como consequência, o instituto moveu uma ação contra a Daigle Cleaning Systems, empresa terceirizada que foi responsável pela contratação do profissional. Ele, que trabalhou durante vários meses em 2020, não é alvo de uma ação.

Isso porque o Instituto Rensselaer alega que a culpa é da empresa contratante, que além de não ter treinado o zelador, também não supervisionou o seu trabalho de maneira mais eficiente.

Com a simples atitude de desligar o freezer, a universidade pedeu mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 4,7 milhões) em danos e honorários advocatícios da Daigle Cleaning Systems.

O réu, por meio de sua supervisão e controle negligente, descuidado e/ou imprudente do [zelador], causou danos a certas culturas de células, amostras e/ou pesquisas no laboratório", documenta um trecho da ação.

Além disso, o processo também afirma que as culturas de células e espécimes no freezer precisavam ser mantidas a -80 °C e uma variação de 3 °C causaria danos, então os alarmes soariam se a temperatura aumentasse para -78 °C ou diminuísse para -82 °C graus.

No dia 14 de setembro de 2020, o alerta do freezer soou porque a temperatura foi para -78ºC. Naquele momento, a equipe do Instituto Rensselaer avaliou que as amostras estavam seguras até que um reparo de emergência fosse feito.

Enquanto o professor esperava que o fabricante do freezer viesse fazer o conserto, sua equipe adicionou uma caixa de trava de segurança ao redor da saída e do soquete do freezer. Um aviso também foi colocado no freezer, segundo o processo judicial.

"ESTE CONGELADOR ESTÁ APITANDO PORQUE ESTÁ EM REPARO. POR FAVOR, NÃO MOVER NEM DESCONECTÁ-LO. NENHUMA LIMPEZA NECESSÁRIA NESTA ÁREA. VOCÊ PODE PRESSIONAR O BOTÃO DE SILENCIOSO DE ALARME/TESTE POR 5-10 SEGUNDOS SE QUISER SILENCIAR O SOM", dizia o aviso.

No entanto, em 17 de setembro, o zelador ouviu o que mais tarde chamou de "alarmes irritantes", ainda de acordo com o processo. Foi quando ele decidiu desligar os disjuntores, que forneciam eletricidade ao freezer. Ele declarou ainda que a temperatura do freezer subiu para -32 °C.

Após isso, no dia seguinte, os estudantes de pesquisa encontraram o freezer desligado e, apesar das tentativas de preservar a pesquisa, a maioria das culturas foi "comprometida, destruída e tornada irrecuperável, demolindo mais de vinte anos de pesquisa".

Compartilhe  

últimas notícias