Diário de São Paulo
Siga-nos
Terrorismo

Salman Rushdie é extubado e consegue falar após ataque em Nova York

Estado de saúde do escritor indiano foi confirmado por colega

Salman Rushdie, autor do livro “Os versos satânicos” - Imagem: Reprodução/Twitter @Vilminha_reis
Salman Rushdie, autor do livro “Os versos satânicos” - Imagem: Reprodução/Twitter @Vilminha_reis

Mateus Omena Publicado em 14/08/2022, às 12h48


Depois de ter sido esfaqueado em um ataque, o escritor indiano Salman Rushdie, 75, apresentou melhoras e foi extubado. A informação sobre o estado de saúde dele foi divulgada pela agência Reuters.

De acordo com o autor e colega Aatish Taseer, ele já não precisa mais da ajuda de aparelhos para respirar e consegue se comunicar com as pessoas. Andrew Wylie, agente de Rushdie, confirmou essa informação, mas sem dar mais detalhes.

Durante o atentado por golpes de faca, Rushdie teve o fígado atingido e corre o risco de perder um olho. Depois de ter tomado entre 10 e 15 facadas, ele sofreu danos ao nervo do braço, mas deve recuperar os movimentos da mão.

Rushdie foi atacado nesta sexta-feira (12) quando estava prestes a dar uma palestra em Chautauqua, no estado de Nova York (EUA).

A polícia informou que ele foi esfaqueado no pescoço e no torso por um homem que correu para o palco. Após o ataque, ele foi levado ao hospital de helicóptero e submetido a uma cirurgia.

O autor do crime foi detido pelos guardas que estavam no evento e está preso. Ele se chama Hadi Matar, tem 24 anos e é de Nova Jersey. Os investigadores disseram em entrevista coletiva que não se sabe ainda a motivação do crime.

Segundo as autoridades, aparentemente Hadir Matar agiu sozinho.

Perseguição

Por causa de seu livro “Os versos satânicos”, Salman Rushdie foi jurado de morte pelo regime do Irã na década de 1980.

A publicação foi considerada uma blasfêmia por muitos muçulmanos. Um ano depois, o falecido líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu uma fatwa, ou edito, pedindo a morte de Rushdie.

O livro foi especialmente polêmico por ter um personagem inspirado no profeta Maomé retratado de forma considerada ofensiva por líderes da comunidade muçulmana.

O governo do Irã também ofereceu mais de US$ 3 milhões (cerca de R$ 15 milhões) em recompensa para quem matar Rushdie.

Teerã assegurou em 1998 que a fatwa não seria aplicada. Mas o sucessor de Khomeini declarou em 2005 que Rushdie era um apóstata e que poderia ser morto impunemente. E o governo do conservador Mahmoud Ahmadinejad declarou em 2007 que a fatwa ainda era válida.

Compartilhe  

últimas notícias