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RÚSSIA

Rússia anuncia saída de tratado que proíbe testes nucleares

O CTBT proíbe testes nucleares, mas nunca entrou em vigor devido à falta de ratificação por certos países, incluindo os EUA e a China

Vladimir Putin. - Imagem: Divulgação / Kremlin
Vladimir Putin. - Imagem: Divulgação / Kremlin

Marina Roveda Publicado em 02/11/2023, às 11h44


O presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) nesta quinta-feira (02) em meio ao conflito na Ucrânia e à tensão com o Ocidente. O CTBT, um acordo de 1996 que visa proibir todos os testes com armas nucleares, nunca entrou em vigor devido à falta de ratificação por alguns países-chave, incluindo os Estados Unidos e a China.

Putin havia anunciado em outubro que a Rússia consideraria revogar a ratificação do CTBT em resposta ao fato de os Estados Unidos nunca o terem ratificado. Embora tenha expressado incerteza sobre a possibilidade de retomar os testes nucleares, ele elogiou o desenvolvimento de novos mísseis capazes de transportar ogivas nucleares.

Desde o início do conflito na Ucrânia em fevereiro de 2022, autoridades russas fizeram ameaças intermitentes de uso de armas nucleares, embora Putin tenha demonstrado cautela em outros momentos. Na semana passada, ele supervisionou exercícios com mísseis balísticos para preparar as tropas russas para um possível "ataque nuclear maciço" de retaliação.

O projeto de lei para revogar o CTBT foi aprovado pelo Parlamento russo no mês passado. Embora o tratado nunca tenha entrado em vigor, foi ratificado por 178 países, incluindo as potências nucleares França e Reino Unido, e tem um valor simbólico. Seus defensores argumentam que estabelece uma norma internacional contra os testes com armas nucleares, enquanto seus críticos alegam que o potencial do acordo permanece não realizado sem a ratificação das principais potências nucleares. O Parlamento russo ratificou o acordo em junho de 2000, seis meses após Putin assumir a Presidência.

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