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Clima

Mundo terá recorde de calor até 2027 e choverá menos na Amazônia, diz ONU

Um novo estudo sobre o tema foi divulgado nesta quarta-feira (17)

Mundo terá calor recorde até 2027 e choverá menos na Amazônia - Imagem: reprodução Freepik
Mundo terá calor recorde até 2027 e choverá menos na Amazônia - Imagem: reprodução Freepik

Manoela Cardozo Publicado em 17/05/2023, às 08h40


Em um novo estudo divulgado nesta quarta-feira (17), a Organização Meteorológica Mundial emitiu um alerta sobre um período de temperaturas altas que o planeta enfrentará nos próximos cinco anos, tendo um impacto significativo em várias regiões do mundo.

De acordo com informações do UOL Notícias, na região amazônica, haverá uma redução no regime de chuvas, o que pode trazer consequências para a agricultura brasileira.

Esse fenômeno será impulsionado pela alta concentração de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aprisionamento do calor e pela intensificação do fenômeno El Niño — aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial.

A organização já destacou que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. Agora, a agência vinculada às Nações Unidas prevê uma probabilidade de 66% de que a média anual da temperatura global próxima à superfície seja superior a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais durante pelo menos um ano, no período entre 2023 e 2027.

Existe uma probabilidade de 98% de que pelo menos um dos próximos cinco anos, bem como o período completo de cinco anos, seja o mais quente já registrado.

"Prevê-se que as temperaturas médias globais continuem aumentando, afastando-nos cada vez mais do clima com o qual estamos acostumados", explicou Leon Hermanson, cientista que liderou o novo estudo.

Em 2022, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas emitiu um alerta e ressaltou os riscos para os sistemas naturais e humanos decorrentes de um aquecimento global de 1,5°C.

Além disso, foi constatado que os próximos anos apresentarão anomalias nos padrões de chuvas em diversas partes do mundo, inclusive no norte do Brasil.

"Os padrões de precipitação previstos para 2023 em relação à média de 1991-2020 sugerem uma maior chance de redução de chuvas em partes da Indonésia, da Amazônia e da América Central", disse o informe.

Além disso, o Sul do Brasil também será afetado: "Entre 2018 e 2022, partes da Ásia, sudeste da América do Norte, nordeste da América do Sul e o Sahel africano foram mais úmidos do que a média, e o sul da África, Austrália, sul da América do Sul, oeste da Europa e partes da América do Norte foram mais secos do que a média".

Para os próximos cinco anos, as previsões também indicam anomalias de umidade no Sahel, norte da Europa, Alasca e norte da Sibéria, bem como anomalias de seca na Amazônia e no oeste da Austrália.

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