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Mistério

Depois de 329 anos, Justiça dos EUA absolve última ‘bruxa’ condenada em Salém

Elizabeth Johnson tinha apenas 22 anos quando foi acusada de uso de "magia negra"

Elizabeth Johnson era a única pessoa condenada por bruxaria que ainda não tinha sido absolvida - Imagem: Freepik
Elizabeth Johnson era a única pessoa condenada por bruxaria que ainda não tinha sido absolvida - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 03/08/2022, às 12h38


329 anos após sua condenação por bruxaria, Elizabeth Johnson foi inocentada pela Justiça dos Estados Unidos, na última quinta-feira (29), por crimes de uso de “magia negra”. Até então, ela era a única pessoa condenada por bruxaria que ainda não tinha sido absolvida.

Elizabeth tinha apenas 22 anos na época em que foi acusada de bruxaria. Cerca de 20 parentes da jovem também enfrentaram acusações semelhantes.

Durante os julgamentos de Salem, Elizabeth confessou o envolvimento em práticas de bruxaria. Ela foi sentenciada à morte em 1693, mas se livrou da pena por um indulto do governador de Massachusetts. Ela morreu aos 77 anos.

Por outro lado, a americana só foi inocentada na última semana devido aos esforços de uma professora de educação cívica e uma turma de alunos da oitava série. A educadora encontrou o documento de condenação escondido no orçamento do estado de Massachusetts, assinado pelo governador Charlie Baker

"Estou animada e aliviada", disse Carrie LaPierre, professora da North Andover Middle School, em entrevista no sábado (30) ao The New York Times.

A educadora, contudo, lamentou por não poder "falar com as crianças" sobre a novidade, porque a classe está em férias de verão.

"Tem sido um projeto tão grande. Nós a chamamos de E.J, eu e todas as crianças. Ela virou alguém no nosso mundo, de uma certa maneira".

Segundo a professora, pouco se sabe sobre a vida de Elizabeth, mas se acredita que ela pode ter tido uma deficiência mental e que ela nunca se casou ou teve filhos, fatores que podiam tornar uma mulher alvo nos julgamentos.

Como Elizabeth Johnson não deixou descendentes, ninguém lutou na justiça para inocentá-la. Além disso, a mãe dela, que tinha o mesmo nome, também foi condenada por bruxaria e já tinha sido inocentada, o que pode ter causado uma confusão administrativa.

Estima-se que cerca de 172 pessoas de Salém e cidades vizinhas foram acusadas de feitiçaria em 1692. O local era uma colônia britânica controlada pela Igreja. Os casos começaram a surgir depois que uma menina morreu de uma doença misteriosa.

Os habitantes da cidade começaram a acreditar que se tratava de bruxaria e várias pessoas começaram a relatar terem tido contato com o diabo.

Hoje, o caso é tratado como histeria coletiva. A maioria das condenações foi revista entre o final do século 17 e o início do século 18.

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