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Oriente Médio

Israel declara secretário-geral da ONU como "persona non grata"

Governo israelense deixou claro que António Guterres está formalmente banido de entrar no país

Israel declara secretário-geral da ONU como "persona non grata" - Imagem: Reprodução / Instagram / @antonioguterres
Israel declara secretário-geral da ONU como "persona non grata" - Imagem: Reprodução / Instagram / @antonioguterres

William Oliveira Publicado em 02/10/2024, às 09h00


Em uma decisão sem precedentes na diplomacia do Oriente Médio, Israel declarou nesta quarta-feira (2) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como "persona non grata". O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, que acusou Guterres de parcialidade e de apoiar o grupo Hamas.

"Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos", afirmou Katz em comunicado oficial.

A medida foi adotada como protesto pela falta de uma condenação clara e direta da ONU ao ataque com mísseis perpetrado pelo Irã contra o território israelense na terça-feira (1).

O ataque iraniano gerou uma série de reações internacionais, mas a declaração de Guterres foi considerada insuficiente por Israel. O chefe da ONU condenou a escalada do conflito no Oriente Médio, mas não mencionou diretamente o lançamento dos mísseis por Teerã, o que foi visto como omissão pelas autoridades israelenses.

Persona non grata

Na diplomacia internacional, classificar alguém como "persona non grata" significa que essa pessoa não é bem-vinda em determinado país. Embora geralmente não implique uma proibição explícita de entrada, no caso de António Guterres, o governo israelense deixou claro que ele está formalmente banido de entrar no país.

Esta decisão ocorre em um momento delicado para as relações diplomáticas na região. Em fevereiro deste ano, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi declarado persona non grata por Israel, após fazer comparações entre os bombardeios na Faixa de Gaza e o Holocausto.

Até o momento, a ONU ainda não se pronunciou sobre a declaração israelense contra seu secretário-geral, que adiciona mais tensão ao já conturbado cenário geopolítico do Oriente Médio.

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