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Escolas americanas proibem Bíblia por ser 'vulgar e violenta'

A proibição ocorreu após uma reclamação dos pais de que o livro tem conteúdo impróprio para crianças

Escolas americanas proibem Bíblia por ser 'vulgar e violenta' - Imagem: Freepik
Escolas americanas proibem Bíblia por ser 'vulgar e violenta' - Imagem: Freepik

Marina Roveda Publicado em 03/06/2023, às 19h47


O Distrito Escolar de Davis, localizado no estado americano de Utah, decidiu remover a Bíblia das escolas primárias e secundárias alegando que o livro contém "vulgaridade e violência". Essa mudança ocorreu após uma reclamação feita por um pai, que defendeu que a Bíblia contém material inadequado para crianças.

A decisão está em conformidade com uma lei aprovada pelo governo republicano de Utah em 2022, que proíbe a presença de livros considerados "pornográficos ou indecentes" nas escolas. Até agora, a maioria das obras banidas está relacionada a temas como orientação sexual e identidade.

A proibição da Bíblia no distrito faz parte de um esforço mais amplo dos conservadores americanos em diferentes estados para restringir o ensino de tópicos considerados controversos, como direitos LGBTe identidade racial.

A proibição de certos livros considerados ofensivos também está em vigor em outros lugares, como Texas, Flórida, Missouri e Carolina do Sul. Além disso, alguns estados liberais também baniram obras em escolas e bibliotecas, alegando que elas continham conteúdos racialmente ofensivos.

A decisão de remover a Bíbliano Distrito Escolar de Davis foi tomada esta semana, após uma reclamação apresentada em dezembro de 2022. As autoridades do distrito já removeram as sete ou oito cópias da Bíblia que estavam disponíveis nas escolas, ressaltando que o texto nunca fez parte do currículo dos alunos.

O comitê responsável pela decisão não detalhou especificamente os motivos que levaram à remoção da Bíblia, nem quais passagens foram consideradas "vulgares ou violentas".

De acordo com o jornal Salt Lake Tribune, o pai que fez a reclamação afirmou que a Bíblia "não traz valores apropriados para os menores de idade, pois é considerada pornográfica de acordo com as novas definições", referindo-se à lei de proibição de livros aprovada em 2022.

Ken Ivory, autor da lei em vigor no estado de Utah, havia inicialmente classificado o pedido de remoção da Bíblia como uma "zombaria", mas recentemente mudou de posição, considerando-a como uma "leitura desafiadora" para crianças mais jovens.

"Tradicionalmente, na América, a Bíblia é melhor ensinada e compreendida no ambiente familiar", escreveu ele em uma publicação no Facebook.

A decisão do distrito determinou que o conteúdo da Bíblia não viola a lei de 2022, mas inclui "vulgaridade ou violência inadequada para estudantes mais jovens". No entanto, o livro ainda estará disponível para alunos mais velhos do Ensino Médio.

Bob Johnson, pai de um aluno da escola primária do Distrito Escolar de Davis, expressou sua oposição à remoção da Bíblia, afirmando à CBS News que não consegue entender o motivo pelo qual o livro precisa ser

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