A ex-presidente ressaltou as demandas financeiras enfrentadas pelos países do Sul Global
Gabriela Thier Publicado em 23/10/2024, às 15h59
Em um encontro realizado nesta terça-feira (22) com o presidente russo Vladimir Putin, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, Dilma Rousseff, manifestou seu apoio à expansão do bloco e ao incremento dos financiamentos em moedas locais, substituindo o dólar nas transações.
A ex-presidente do Brasil ressaltou a magnitude das demandas financeiras enfrentadas pelos países do Sul Global, destacando as dificuldades para acessar empréstimos adequados. “Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do Brics. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] tem o compromisso de viabilizar não só financiamento em projetos soberanos, mas também em projetos da iniciativa privada”, afirmou Dilma Rousseff.
Durante o evento realizado em Kazan, na Rússia, que sedia a 16ª cúpula do Brics até quinta-feira (24), o presidente Putin expressou gratidão pela presença da líder do NBD e elogiou sua gestão à frente da principal instituição financeira do bloco, defendendo também o aumento no uso de moedas nacionais.
“Agradecemos muito o que você fez nos últimos anos. O aumento dos pagamentos em moedas locais permite reduzir as taxas de serviço da dívida, aumentar a independência financeira dos países-membros do Brics, minimizar os riscos geopolíticos e, tanto quanto possível no mundo de hoje, libertar o desenvolvimento econômico da política”, declarou Putin.
Putin salientou ainda que, desde 2018, o NBD financiou mais de 100 projetos, somando um investimento superior a 33 bilhões de dólares. Um dos objetivos centrais do Brics tem sido promover o uso das moedas próprias nas transações comerciais entre seus integrantes, buscando reduzir a dependência em relação ao dólar.
Durante a cúpula, está programada para quinta-feira (24) a apresentação de um relatório por Dilma Rousseff sobre o balanço do NBD, no contexto da sessão Brics+, que reunirá cerca de 32 representantes de países da Ásia, África e América Latina. Dilma seguirá à frente do banco até julho de 2025.
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