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GUERRA

Líbano denuncia bombardeio israelense que ceifou a vida de 3 jornalistas: "Crime de guerra"

Ataque ocorreu em Hasbaya, região no sul do Líbano que, até então, não havia sido alvo de bombardeios

Líbano denuncia bombardeio israelense que ceifou a vida de 3 jornalistas: "Crime de guerra" - Imagem: Reprodução / X / @PiensaPrensa
Líbano denuncia bombardeio israelense que ceifou a vida de 3 jornalistas: "Crime de guerra" - Imagem: Reprodução / X / @PiensaPrensa

William Oliveira Publicado em 25/10/2024, às 09h19


Três jornalistas libaneses perderam a vida em um ataque aéreo realizado por forças israelenses em uma região no sul do Líbano que, até então, não havia sido alvo de bombardeios, conforme reportado por veículos de comunicação locais nesta sexta-feira (25). O ministro da Informação do Líbano classificou o incidente como um "crime de guerra".

A Agência Nacional de Informação do Líbano (ANI) divulgou que o ataque ocorreu em Hasbaya e foi registrado por volta das 3h30 no horário local, equivalente às 21h30 em Brasília. A ANI relatou que aeronaves militares israelenses realizaram bombardeios próximos à fronteira com a Síria.

O canal Al Mayadeen, conhecido por suas ligações com o Irã, confirmou que Ghassan Najjar, cinegrafista, e Mohammad Reda, engenheiro de transmissão, estavam entre as vítimas fatais do ataque aéreo direcionado a uma "residência de jornalistas" em Hasbaya. Em nota, a rede destacou a dedicação de Ghassan Najjar à busca pela verdade e lamentou sua morte.

O ministro libanês da Informação, Ziad Makari, utilizou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para condenar o ataque. Ele ainda afirmou que 18 jornalistas de sete diferentes instituições estavam presentes no local, enfatizando que tal ação constitui um crime de guerra.

"O inimigo israelense esperou a pausa noturna dos jornalistas para surpreendê-los enquanto dormiam", declarou Makari.

Em um episódio anterior, ocorrido na quarta-feira (23), outro ataque israelense foi registrado contra um escritório desocupado em Beirute. O canal Al-Manar, afiliado ao Hezbollah, informou que o repórter Wissam Qassem também foi morto no bombardeio em Hasbaya.

Relatórios locais indicam que o ataque atingiu um hotel na cidade de Hasbaya, situada cerca de 50 km ao sul da capital libanesa. Os jornalistas haviam se deslocado para lá no mês anterior devido a incidentes semelhantes em áreas mais ao sul.

Conhecida por sua população majoritariamente drusa, Hasbaya havia permanecido fora da zona de conflito entre Israel e o Hezbollah desde o início das hostilidades, há mais de um ano.

Refúgio 

Os profissionais da mídia estavam refugiados na região após um ataque anterior ter danificado uma residência recém-ocupada por deslocados. Um jornalista presente no local relatou à AFP que o ataque ocorreu enquanto todos dormiam.

Imagens divulgadas pela emissora Al-Jadeed mostram Mohammad Farhat, repórter presente no hotel, coberto por poeira cinza diante dos destroços do seu alojamento.

"O inimigo israelense visou o alojamento dos jornalistas em Hasbaya; viemos para cá depois de sermos expulsos de Marjayoun", declarou Farhat no vídeo. Ele ainda destacou: "O inimigo israelense teme a palavra e a voz da verdade que revelam seus crimes".

Darine Heloué, jornalista da Sky News Arabia, relatou que dezenas de bangalôs foram destruídos no ataque, apesar da clara identificação da área como reservada à imprensa.

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