por Marcus Vinícius De Freitas
Publicado em 12/10/2023, às 06h59
O mundo despertou assombrado com a torpeza das ações perpetradas pelo Hamas, no último sábado, em Israel. O grupo político tomou de sobressalto algumas áreas em Israel, próximo à Faixa de Gaza, na operação “Inundação Al Aqsa”. Os atos de terrorismo foram amplamente divulgados pelo mundo pelos próprios membros do Hamas, que, com isso, pretendiam apresentar, de forma inconteste, a vulnerabilidade dos sistemas de inteligência de Israel – considerado um dos melhores do mundo – com o objetivo de sinalizar uma fraqueza daquele país. Além disso, a ação que visava condenar a ação recente do exército israelense de incursão na Mesquita Al Aqsa, em Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado do islamismo. E, por fim, o objetivo claro do Hamas era desacelerar o processo de aproximação política que tem ocorrido nos últimos anos, através dos Acordos Abraâmicos, inicialmente liderados pelo Governo Donald Trump e mantidos por Joe Biden. A aproximação de Israel com a Arábia Saudita acendeu a luz vermelha no Hamas, diante da possibilidade de a situação palestina ficar reduzida em importância.
A considerar-se a situação existente em territórios palestinos, a deterioração crescente na qualidade de vida, o desemprego elevadíssimo, e a falta de perspectivas, particularmente num lugar em que um terço da população vive abaixo da linha da miséria e que conta com uma população com idade média de 18 anos, a Faixa de Gaza se transformou num barril de pólvora propenso a explosões constantes. E diante das perspectivas, a ação ocorrida no sábado passado pode ser aumentada ainda mais. A grande dúvida é o quanto esta ação ocorrida incentivará a que novas venham a ocorrer mais frequentemente. Tal situação não justifica a ação do Hamas. Porém é o pano de fundo que, desafortunadamente, alimenta a sua existência.
O fato é que o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, optou por adotar a estratégia da mão pesada, afirmando que extirpará de Gaza as lideranças do Hamas. É uma meta audaciosa, mas que, infelizmente, está destinada ao fracasso, uma vez que é, praticamente impossível, combater um grupo terrorista, posto que podem ressurgir nas mais variadas formas e dimensões. Os Estados Unidos tentaram estratégia similar com a Al Qaeda, porém não lograram êxito. A melhor fórmula para combater esse tipo de ação é uma melhora substancial na vida da população para que esta se sinta desestimulada a flertar com uma piora em suas condições de vida. Porque, do contrário, essa população tenderá a ruminar um ódio cada vez maior contra o suposto opressor.
Netanyahu, que enfrentava sérios desafios políticos, ao declarar estado de guerra, logrou incrementar a sua força política, além de ampliar e consolidar maior poder ao redor de si. Com isto, pretende constituir a maioria necessária para manter-se no poder, apesar das controvérsias relativas à corrupção e a tentativa de acumular maiores poderes ao buscar controlar a Suprema Corte do país.
Netanyahu enfrenta três desafios importantes, no entanto, para manter-se no poder. Em primeiro lugar, a resposta militar contra o Hamas na Faixa de Gaza precisa corresponder às expectativas da população israelense, que sofreu do enorme impacto que o “11 de setembro de Israel”. O governo de Netanyahu enfrenta problemas associados à radicalização extremada da sua agenda governamental. O apoio popular vinha deteriorando diariamente. A percepção de que o sistema de defesa falhou não lhe ajuda politicamente, num segundo momento. Tecnologias simplórias como as utilizadas pelo HAMAS contra o arsenal tecnológico israelense constituem um atestado negativo quanto à suposta invencibilidade israelense. No entanto, a movimentação no sentido de estabelecer um Gabinete de União Nacional de alguma forma reduz o peso de eventuais equívocos que possam ser praticados na guerra.
Em segundo lugar, Netanyahu precisa enviar ao Hamas e aos países árabes que lhe são inimigos a mensagem clara de que Israel segue forte em sua capacidade de defesa e de ataque. O fato de o sistema de segurança ter falhado evidencia de que há vulnerabilidades e não é inexpugnável. O apoio norte-americano – e as respectivas armas – lhe são essenciais para garantir a reputação e dissuadir qualquer tentativa de países terceiros a atuarem contra Israel. Esta questão é particularmente importante para evitar que o Hezbollah e o Irã se sintam tentados a engajar-se mais profundamente no confronto. O Hezbollah já sinalizou a possibilidade de atuar intensamente, o que pode forçar Israel a abrir uma nova frente de batalha com um grupo extremamente bem armado e equipado para agir. O aumento da escalada militar pode ter um impacto perigoso na região, prolongando a guerra.
E, por fim, a questão da opinião pública internacional é um desafio. Embora conte com o grande amigo norte-americano – e o lobby da indústria de defesa dos Estados Unidos – o cerco ao território de Gaza, os bombardeios e o corte em luz, água e eletricidade, começa a ser percebido negativamente pela comunidade internacional como violações humanitárias e dos direitos humanos. Embora Israel não entenda isso como um problema, diante do apoio norte-americano, a recuperação econômica global é postergada e o empobrecimento global aumenta em razão da instabilidade gerada pelo tempo da ação.
A paz – ora, a paz – no entanto, somente será alcançada no dia em que palestinos e israelenses aceitarem, de fato, a coexistência em dois estados independentes, soberanos e que busquem a paz. E de que as vidas – israelenses e palestinas – sejam profundamente melhoradas!
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