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COLUNA

Espetacularização da política e a necessidade do voto consciente

Urna Eletrônica. - Imagem: Reprodução | ABr via Grupo Bom Dia
Urna Eletrônica. - Imagem: Reprodução | ABr via Grupo Bom Dia

Marcelo Dutra Publicado em 29/09/2022, às 09h07


Com o desenvolvimento vertiginoso da tecnologia e a globalizaçãoeliminando fronteiras, observamos diversas transformações nos recursos de comunicação, nas relações sociais e na autodeterminação dos povos. Desde sempre, entendemos a importância da interação com outras pessoas, fosse durante a caça, coleta de frutos ou até mesmo no descanso, passando pelas guerras, comércio, atividades profissionais, em casa, na escola, entre tantos outros. Em qualquer local que estejam mais de uma pessoa, lá haverá a necessidade de regramentos, permutas, simbologias e consequentemente a construção de uma identidade, amparada nas mais diversas características individuais e coletivas.

 Diante de tantas interações, explodem as dúvidas: Como formatamos nosso caráter sem influências perniciosas? Como não ser apenas mais um “seguidor”? Consumimos baseados em demandas próprias ou somos reféns da propaganda? São inúmeras perguntas que irrompem associadas a composição de uma identidade, mas qual será a resposta mais condizente, no sentido de explicar de que forma as pessoas constroem seus alicerces de personalidade? Os relacionamentosno mundo virtual caracterizam-se especialmente pelo valor da aparecia do produto, da imagem pessoal que remete a uma idealização de perfeição. O virtual que rege o real é o fomentador de sonhos da modernidade, é a oportunidade de fantasiar e até acreditar na possibilidade do prazer eterno.

Encontrar-se, fazer escolhas e se posicionar com a abundância de conexões virtuais e alta exposição a avalanches de informações diárias não tem sido tarefa fácil. Neste ínterim, observamos que o espetáculo tomou conta da sociedade, de maneira que os indivíduos são construtores e parte das imagens. A política, como meio de organização social, não consegue deixar de tomar parte no show e o faz da pior maneira possível, criando personagens perfeitos que parecem estar acima da lei, em uma espécie de “Olimpo Político”, deuses intocáveis de uma pseudo-renovação, linha incorruptível ou de determinada corrente ideológica. Em nosso país existem diversas expressões ou criações “espetaculares” que fazem uso de estereótipos populistas, símbolos, signos, estética, linguagens específicas de uma metodologia que busca cegar a nação.

A política representativa, seja em cargos do Legislativo ou Executivo, absorveu bem o conceito de espetacularização em prol de criar imagens que vendam seu produto, independente da qualidade, é o que fica explicito no caso de candidaturas oportunistas, embaladas por modinhas passageiras e que ignoram a necessidade de medidas conscientes de mudanças, que até podem ser justas, mas que devem ser pensadas e criadas para o bem da coletividade e não para atender demandas pessoais de acesso ao poder.  Dominar a aparência do real, não ser o real de fato, mas a construção de uma narrativa que seja possível manipular e ter controle total das massas, esse sim é o interesse do stablishment progressista irresponsável.

Nestas horas de dúvida, vazio existencial e manipulações de todos os lados, a experiência irá fazer a diferença e significar um porto seguro contra tormentas especulativas, eleitoreiras e oportunistas. Consultemos propostas de governo, façamos uma visita ao nosso interior, realizemos conversas ativas com familiares e amigos, endossemos ações ponderadas de resultados explícitos para o bem comum. Deus nos abençoe e bom voto!

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