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Política se faz todos os dias, principalmente perto de casa

Portanto, temos agora dois anos para ter muito foco nos projetos locais

Política se faz todos os dias, principalmente perto de casa - Imagem: Freepik
Política se faz todos os dias, principalmente perto de casa - Imagem: Freepik
Kleber Carrilho

por Kleber Carrilho

Publicado em 19/11/2022, às 15h32


A eleição presidencial acabou, e logo teremos um novo governo federal, com defeitos, qualidades e muitas coisas para criticar. E é claro que vamos fazer isso, em cada momento em que as falhas forem notadas.

Mas, agora, quero falar aqui de outra coisa: de política local. Isso mesmo! Com tantas coisas acontecendo no mundo, guerra, inflação, conferências do G20 e da ONU pelo clima, eu não quero falar de nada disso. Afinal, por mais que o mundo se mova, que o país troque de comando, que os Estados tenham novos governadores, todo o mundo continua morando na sua rua, no seu bairro, no seu município.

E é aí que as coisas realmente acontecem. É onde a sua vida pode melhorar de verdade, com condições de trabalho, de educação, de saúde, de segurança pública. Porque, mesmo que haja incentivos do governo federal para cada uma dessas áreas, se não houver políticas locais, nada acontece.

Nos últimos anos, mais do que nunca, deixamos esse assunto de lado. Um pouco por causa da radicalização na polarização, que fez com que todo o mundo tivesse a sua torcida ideológica, mas pouco espaço para discussão de temas que realmente estão próximos, outro tanto devido à pandemia, que tirou grande parte da possibilidade de discussão nas últimas eleições municipais.

Portanto, temos agora dois anos para ter muito foco nos projetos locais. O que é possível fazer? Quais são as necessidades? Quem pode desenvolver ideias que façam sentido e resultem em bons projetos?

Olhe para o vizinho, para o líder comunitário, para as pessoas que conseguem organizar as demandas no seu bairro, no seu condomínio, na sua comunidade. Preste atenção em quais são aquelas lideranças que estão prontas para entender as demandas e fazer com que as pessoas trabalhem juntos para alcançar o sucesso das resoluções.

Porque, se mais uma vez levarmos a disputa ideológica federal para as escolhas de quem vai gerir as cidades, como fizemos agora mesmo com os governos dos Estados, quase sem discussão sobre os reais problemas de cada um, seremos novamente administrados por lideranças que pouco têm a oferecer para que as pessoas, em cada cidade, possam ser atendidas com políticas de saúde, de educação, de segurança pública, de sustentabilidade e de todos os assuntos que realmente podem fazer a diferença para cada um de nós.

Finalizando, e só para constar aqui, se eu fosse o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, estaria preocupado. Afinal, a votação da esquerda na cidade foi muito boa nas últimas eleições. Pode ser que isso represente alguma ameaça, porque muito dificilmente a herança da personalidade e do sobrenome de Bruno Covas vai ajudá-lo a se manter no cargo. Se ele realmente não olhar para as periferias e entender que é lá que estão os votos, dificilmente haverá espaço para ele na cadeira do Banespinha em 2025.

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