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Gabriel, este é o mundo!

Gabriel, o primogênito de Kleber Carrilho e Cintia Cruz. - Imagem: Reprodução | Facebook - Kleber Carrilho
Gabriel, o primogênito de Kleber Carrilho e Cintia Cruz. - Imagem: Reprodução | Facebook - Kleber Carrilho
Kleber Carrilho

por Kleber Carrilho

Publicado em 20/04/2024, às 06h00


Vou usar este espaço para trazer uma versão mais curta de um texto que tenho escrito para o meu filho Gabriel, que nasceu na semana passada. É uma tentativa de dizer o que é o mundo em que ele está chegando agora, e o que espero que ele conquiste. Não se preocupem se o estilo não é para uma criança, porque de verdade talvez ele só leia isso quando for adulto. O que vale é o que eu quero tentar dizer para ele todos os dias, até que ele possa compreender e formar as próprias ideias. Aí vai:

Durante todo o tempo que esperamos por você, às vezes direta, outras indiretamente, algumas pessoas me perguntaram se nós tínhamos coragem de trazer mais uma vida para um mundo tão caótico, com riscos de guerras cada vez mais próximas, o aquecimento global que já é realidade no dia a dia, além de um modo de pensar a economia e o trabalho que cada vez mais explora e adoece, física e mentalmente.

E, por mais que eu não possa negar que tudo isso realmente esteja acontecendo, também sempre argumentei, para cada uma dessas pessoas, que o mundo está sendo o que sempre foi. Os ricos de guerra, a violência e a exploração são partes sempre integrantes da presença dos seres humanos na Terra, desde que se tem história sobre isso.

O que acredito é que, com tanta tecnologia, as notícias de violência pareçam mais numerosas, os detalhes das guerras estejam cada vez mais em zoom, disponíveis nas redes sociais, e o ódio, que antes ficava escondido, achou muito mais espaço para aparecer e se espalhar.

Mas não é só o que é negativo que forma o mundo, e por isso é que estar por aqui vale a pena. As respostas a todos esses riscos são em geral construções muito interessantes. E elas acontecem com os mais diversos tipos de manifestações artísticas, com a atuação política transformadora e inclusiva, com projetos de educação que libertam, com a ciência feita para melhorar a vida das pessoas, com a amizade, pura e simples, que a gente pode encontrar em qualquer esquina.

Portanto, meu dever é apresentar o melhor do mundo para você, mesmo que haja tantos problemas por aí. E quero fazer isso sem esconder os desafios, mas estimulando que você também seja parte das respostas para a sua geração. E elas não precisam ser sempre grandiosas, que tentem dar conta de tudo. Ao contrário do que em geral pensam as pessoas da minha geração, as ações locais, no lugar em que se vive, são essencialmente transformadoras.

Por isso, espero que, neste mundo que sempre beira o caos, você possa ter consciência dos grandes e dos pequenos problemas, e também possa estar disponível para construir conjuntamente as soluções a partir do que acredita.

E, principalmente, espero que você tenha paz, saiba lidar com os medos, e entenda que o objetivo da vida deve ser sempre a colaboração. 

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