Diário de São Paulo
Siga-nos
COLUNA

É importante lembrar: 2026 é logo ali!

Urnas eletrônicas. - Imagem: Divulgação / TSE
Urnas eletrônicas. - Imagem: Divulgação / TSE
Kleber Carrilho

por Kleber Carrilho

Publicado em 22/07/2023, às 06h16


Cada vez que a gente vê o jogo da política brasileira sendo jogado, sabe que alguns dos jogadores estão olhando muitos lances à frente. Afinal, no dia a dia da política, se dá bem quem consegue observar os cenários como um mestre do xadrez: entender os possíveis movimentos de concorrentes e adversários, saber como responder ao maior número de possibilidades, estar pronto para as surpresas e também para surpreender.

E, neste ponto, os políticos brasileiros que ocupam as páginas dos jornais e os portais de notícias têm capacidades diferentes de observação do futuro. Porém, mesmo com essas diferenças, quase todos já conseguem ver as possibilidades até 2026, momento em que, com a inelegibilidade de Bolsonaro, a direita deverá mostrar a sua capacidade de reorganização.

A ideia de uma substituição competente do personagem que o ex-presidente representa não existe. Nem Zema nem Tarcísio têm capacidade de performar o papel de Bolsonaro, tanto pela diferença discursiva quanto pela dificuldade em abandonar a racionalidade em que ambos se apoiam para fazer as negociações políticas. Portanto, será necessário um processo de reeducação dos eleitores que optaram por projetos conservadores ou antiprogressistas nos últimos anos.

Já no campo em que Lula atua, da centro-direita à esquerda, os nomes são diversos, e têm capacidade de representar um amplo arco de caminhos ideológicos, o que demonstra algo que eu já disse aqui algumas vezes: o presidente quer que saiam do governo dele propostas antagônicas, com pelo menos duas chapas, possivelmente em 2030. Se Lula for candidato à reeleição em 2026, o que me parece evidente pelos movimentos nacionais e internacionais que ele tem feito, as próximas eleições servirão para entender qual tamanho é possível ter dentro deste projeto em que o presidente é tão importante.

Alckmin e Haddad podem se tornar ainda mais importantes a partir de 2026. O primeiro mantendo a lealdade e o papel de vice (quase primeiro-ministro), e o segundo se apresentando às urnas para tentar provar alguma competência eleitoral, talvez na corrida por uma cadeira de Senador por São Paulo.

Porém, também existem outros personagens importantes que precisam se preparar: Simone Tebet, dentro do governo, e Ciro Gomes, que ainda mantém uma agenda de candidato, precisam se mostrar nos próximos pleitos para permanecerem no jogo.

Antes de 2026, porém, tem 2024, momento em que os 5.565 municípios serão disputados com a intenção de mostrar a capacidade de transferência de votos dos atores nacionais. Ao contrário do que acontecia há alguns anos, quando a discussão era preponderantemente local, as próximas eleições municipais terão influência direta dessas lideranças que precisam mostrar a capacidade mais importante da política: juntar gente em volta do projeto político.

Portanto, neste exato momento, todos estão observando o tabuleiro: alguns com diversas jogadas sendo listadas, outros tentando entrar com toda a força possível nas poucas jogadas que é capaz de enxergar. Mas todos já estão de olho em 2026.

Compartilhe  

últimas notícias