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COLUNA

Será que essa Geração 'PlayStation' tem razão?

CBF. - Imagem: Reprodução | G1 via Grupo Bom Dia
CBF. - Imagem: Reprodução | G1 via Grupo Bom Dia

Renato Nalesso Publicado em 20/03/2023, às 07h18


Estou prestes a completar 44 anos e acompanhei de perto muitos craques aqui no Brasil se desenvolverem. Lembro do Romário no início do Vasco da Gama, do Ronaldo ainda no Cruzeiro, isso sem contar gerações como a do Palmeirasna Parmalat, do Corinthiansbicampeão do Brasileirão em 1998/99. E o São Paulo do Mestre Telê? Foi bimundial com jogadores incríveis! Nessa onda as nossas Seleções Brasileiras eram sempre formadas por jogadores que atuavam por aqui. Ou no máximo tinha mescla com alguns que atuavam fora. Quase nunca em grandes times estrangeiros. 
Mas de um tempo para cá essa realidade mudou. O excesso de grana envolvida no futebol fez as potências tirarem com facilidade os atletas brasileiros. Virou mão de obra barata e de qualidade. Com isso o menino muitas vezes já sai da base de um time brasileiro direto para a Europa. Quase não joga no profissional. Acaba prejudicando até uma análise mais criteriosa do jogador. Vejam casos como os dos zagueiros Ibañez e Bremer, que surgiram na lista de convocados da Seleção. Alguém conhece direito? O primeiro quase nem jogou no Fluminense e já foi vendido para o Atalanta da Itália. O segundo fez pouquíssimas partidas no Galo e já se mandou para o Torino. São vários casos assim. 
Quando converso com jovens de uma idade que varia de 15 a 25 anos, criados jogando videogame, eles costumam dizer que jogadores que atuam lá na Europa são bem melhores que os daqui simplesmente com o argumento de que o melhor futebol do mundo está por lá. Será que isso é 100% verdade? Analisando números de jogadores como Pedro, Gabigol, Veiga e outros, podemos enxergar merecimento em uma oportunidade com a camisa verde-amarela. Uns dizem que a CBF direciona os convocados por interesses comerciais. Com o Tite no comando isso realmente parecia ser verdade. Mas será mesmo?
Interino no cargo, o ex-meia Ramon Menezes começou a provar o contrário. Para o amistoso contra o Marrocos, o primeiro após a eliminação da Copa do Catar, ele já deu oportunidade para jogadores aqui do Brasil que até outro dia eram totalmente descartáveis, casos dos palmeirenses Raphael Veiga e Rony, o meia André do Fluminense, além do corintiano Yuri Alberto. 
Sinal de que as coisas estão mudando na Seleção da CBF? Não sei, mas é uma ótima oportunidade para mostrar para os meninos da Geração PlayStation que a teoria deles não está com nada. Há qualidade por aqui sim. 
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