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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

Privatização da Sabesp e prefeitos insatisfeitos com DER

Privatização da Sabesp e prefeitos insatisfeitos com DER - Imagem: Divulgação / Sabesp
Privatização da Sabesp e prefeitos insatisfeitos com DER - Imagem: Divulgação / Sabesp
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 13/10/2023, às 05h27


Não vai ser fácil

A Câmara Municipal instalou uma comissão especial para analisar se a privatização da Sabesp trará benefícios para a cidade. O objetivo é dar subsídios para os vereadores decidirem se serão a favor ou contra um eventual contrato da cidade com a nova empresa, caso a privatização ocorra.

Novato à frente

A sugestão foi do vereador Sidney Cruz, que vai presidir a comissão e pelo segundo ano seguido será o relator do orçamento da cidade, o maior da história, com previsão de mais de 107 bilhões em caixa. Ele está no primeiro mandato.

Quanto vale a Sabesp sem São Paulo?

O presidente Milton Leite lembrou que 80% do faturamento da Sabesp vem da cidade de São Paulo e que o convênio entre a cidade e a empresa é regulado por uma lei municipal, que teria que ser alterada em função da eventual privatização. Isso depende, é claro, dos vereadores.

Passivo fedorento

Leite afirmou que a Sabesp sempre cobrou pela água e pelo esgoto, mas não fez a lição de casa, porque falta coleta de esgoto nas áreas de mananciais. “O lodo de fezes pertence à Sabesp. A mer... que está lá na Guarapiranga, quem vai tirar? Os outros municípios vão pagar pela água?”, foram alguns dos questionamentos que fez.O presidente da câmara levantou a hipótese da cidade assumir as funções da Sabesp, caso a privatização não traga benefícios para a cidade.

Chiadeira

Prefeitos de todas as regiões do estado estão insatisfeitos com o atual superintendente do DER, Sérgio Codelo. Dos 163 municípios que seriam beneficiados pelo programa de recuperação das vicinais, 61 contrataram projetos básicos para as obras no território de suas cidades. Com endosso do governador, Codelo mudou a regra com a bola rolando e agora apenas municípios que apresentarem projetos executivos serão beneficiados.

Grana curta

Acontece que cidades menores, de baixa arrecadação, se esforçaram para contratar os projetos básicos – que custam, por baixo, 100 mil reais. Projetos executivos podem sair de 5 a 8 vezes mais caro. Cidades como Oswaldo Cruz estão na mira do TCE por conta dos projetos básicos, que se tornaram inúteis pela mudança de regra do superintendente do DER, homem de confiança do governador.

Risco no litoral

Condomínios de luxo em São Sebastião também reclamam da qualidade das obras na SP 55, a Rio Santos. Em Toque-Toque, Barra do Sahy, Engenho e Barra do Una, síndicos têm contratado laudos de especialistas que condenam a maneira provisória como as obras de recuperação estão sendo feitas, depois do gigantesco estrago e das mortes causadas pelas fortes chuvas de fevereiro.

Solução adiada

Foi de Sérgio Codelo a decisão de suspender a licitação que previa a recuperação total da SP 55 em 6 lotes, de Peruíbe a Ubatuba. O edital 305/22 estava em fase de homologação dos vencedores, sem recursos para serem julgados, quando parou. As obras começariam pelas áreas de risco às margens da rodovia e poderiam ter começado em abril. “Suspenderam a licitação que resolveria o problema em nome do quê? Agora estão gastando 60 milhões de reais em medidas paliativas, tapando o sol com a peneira. Vão esperar outra tragédia como a do domingo de carnaval?”, indagou um dos síndicos.

Contato via X: @FabioBehrend

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