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De Olho na Cidade, por Fábio Behrend

A estratégia de Marçal, o maior “calculador de bancadas” da cidade e o ranking dos governadores

Guilherme Boulos e Pablo Marçal. - Imagem: Reprodução | YouTube - Edson Lopes Jr.
Guilherme Boulos e Pablo Marçal. - Imagem: Reprodução | YouTube - Edson Lopes Jr.
Fábio Behrend

por Fábio Behrend

Publicado em 16/08/2024, às 06h00


Estratégia copiada

Em meados de 2017 Jair Bolsonaro parou de se meter em discussões com Jean Willys e Maria do Rosário e focou sua metralhadora verbal exclusivamente em Lula. Fez o adversário de escada duas vezes. Primeiro para viabilizar sua candidatura. Depois, para chegar ao segundo turno. Deu no que deu. Pablo Marçal está fazendo exatamente a mesma coisa com Guilherme Boulos.

Qual será o teto?

O coach quer deixar claro ser o único com força suficiente para “aniquilar” o inimigo no segundo turno. Tem deixado Ricardo Nunes de lado e praticamente esqueceu de Tabata Amaral. Provocações ao estilo 5ª série, como a carteira de trabalho na cara do candidato do PSOL, têm dado resultado. Irritaram Boulos, bombaram na internet, fizeram Lula se manifestar e, principalmente, ganharam a simpatia da ala bolsonarista menos politizada. Essa, definitivamente, não será uma campanha comum em São Paulo.

Calculador de bancadas

Maurício Martins começou cedo na política, na juventude do PDS de Paulo Maluf. É funcionário público concursado e tem 36 anos de carreira. Foi subprefeito de Itaquera na gestão do petista Fernando Haddad, da Mooca na gestão de João Doria e chefe de gabinete da sub Butantã na gestão Bruno Covas. Seguem as contas do maior calculador de bancadas de São Paulo, que acertou as composições de cada partido na Câmara Municipal nas últimas 4 eleições, com diferença máxima de 1 vereador por bancada.

1 vereador: PV e PCdoB (Federação com PT), REDE (Federação com PSOL), Novo e Solidariedade tem boas chances de eleger 1 vereador cada. Avante, PRD e PDT têm chances remotas.

Até 2 vereadores: PSDB e PRTB. “A grande dificuldade desses 2 partidos será o candidato a vereador chegar nos 10% do quociente. Se até 2 candidatos chegarem a 10%, se elegem na esteira de Datena e Marçal. Por isso os dois partidos podem eleger ninguém, 1 ou 2 vereadores”, explica Maurício Martins.

Entre 2 e 3 vereadores: PP, PSD, Republicanos e eventualmente, o PSB.

4 vereadores: Podemos.

4 ou 5 vereadores: PL.

Entre 5 e 7 vereadores: PSOL e União Brasil.Segundo Maurício, se a REDE eleger um vereador pela federação, o PSOL elege 5 ou 6. Se a REDE não eleger ninguém, o PSOL faz 6 ou 7 vereadores. Já o União Brasil depende da efetivação da influencer Luísa Mel como candidata. “Com ela, o União faz entre 6 e 7 vereadores. Sem ela, 5 ou 6”, afirma Martins.

Entre 6 e 9 vereadores: a maior variação de possibilidades de composição da bancada é a do PT, justamente pela formação da Federação Partidária com PV e PCdoB. O calculador de bancadas explica. “Se PV e PCdoB elegerem 1 vereador cada, o PT terá 6 ou 7 vereadores. Se apenas um dos partidos eleger um vereador, o PT fica com 7 ou 8. Se apenas o PT eleger vereadores pela federação, serão 8 ou 9”, afirma.

8 ou 9 vereadores: se o prefeito Ricardo Nunes chegar ao segundo turno, o MDB pode eleger no mínimo 8 e no máximo 9 vereadores. “O efeito Marçal influencia diretamente nas bancadas do MDB e do partido dele, o PRTB. Se Marçal decidir apoiar abertamente alguns de seus candidatos, ou chegar ao segundo turno, as bancadas desses dois partidos podem mudar um pouco”, explica Martins. Em seus cálculos, ele leva em consideração fatores como votações anteriores dos candidatos, popularidade nas redes sociais, área de atuação dos candidatos, composições de chapas e, claro, pesquisas eleitorais.

Os eleitos

Maurício me passou também uma lista de nomes dos prováveis eleitos em cada um dos partidos citados acima. Os nomes estão devidamente registrados e serão publicados junto com análise final dos cálculos do Maurício, na coluna de 11 de outubro. A ver.

Os mais queridos

Os três governadores com melhor avaliação no país são Rafael Fonteles (PI), Ronaldo Caiado (GO) e Tarcísio de Freitas (SP). Fonteles e Caiado aparecem com 54% de avaliação ótimo e bom no ranking Atlas Intel divulgado essa semana. Tarcísio de Freitas completa a lista dos três únicos que têm aprovação afirmativa de 50% ou mais.

À propósito, a coluna de hoje é a 50ª que publico aqui no Diário. Aos leitores, editores, fontes, Guilherme e Kleber, obrigado pela audiência e confiança.

Contato: [email protected]

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